Vou fazer uma comparação que torcedor não gosta de ler. Se o Coritiba vencer os próximos dois jogos e o Atlético perder os próximos dois jogos, teremos uma troca de lugares e vai colocar pulga atrás da orelha da torcida rubro-negra. Hoje o Atlético tem cinco pontos à frente do Coritiba. Os adversários do Furacão são mais difíceis do que os adversários do Coxa. O Atlético joga contra Cruzeiro, Corinthians e Fluminense. O Coritiba enfrenta o Joinville, Ponte Preta e São Paulo. No caso dos adversários do Atlético, Cruzeiro é um confronto direto, Corinthians briga para conquistar o título e o Fluminense tem um ponto a menos que o Atlético e parece ter se acertado depois da saída estratégica de Ronaldinho Gaúcho (ninguém me tira da cabeça que o time não jogava em protesto velado contra os gastos da sua contratação).

O Atlético tem hoje sete pontos à frente da ZR. O Coritiba tem dois pontos fora desta indigesta posição. Mais um ano os torcedores rezam para não cair. A única oportunidade em que um dos nossos times se classificou para a Libertadores, em 2013, mandou embora o técnico responsável por colocar o clube na vaga (Vagner Mancini) e cometeu o equívoco de contratar o espanhol Miguel Angel Portugal, que não conseguiu sequer passar para a fase de oitavas. Precisamos de mais ousadia na gestão do nosso futebol. O técnico Cristóvão Borges pode ser a grande sacada deste fim de ano para o Furacão. Façam suas apostas. Mancini e Milton Mendes não foram mandados embora por causa de resultados de jogo.

O Coritiba precisa fazer no mínimo quatro pontos nos dois próximos jogos, se quiser respirar mais tranqüilo. Conversando com alguns torcedores, eles esperam vitórias contra Joinville e Ponte Preta, resultados possíveis e pelo que apurei da escalação provável, o Coritiba sofre apenas com a ausência do goleiro Wilson, que vem fazendo a diferença. Aí vamos ver se realmente os dois últimos jogos eram resultados descartáveis só pela dificuldade.

Esta coluna foi escrita antes do jogo Brasil X Venezuela e eu nem gosto de comentar resultado de jogo aqui, mas venho escutando os jogadores da seleção brasileira nas entrevistas coletivas falando sobre os adversários. O absurdo é ouvir jogadores como David Luiz e William elogiando a evolução de seleções como a Venezuela, dizendo que está difícil enfrentar estes países. E com todo o respeito que a terra das misses merece, quero dizer que alguém precisa apresentar a seleção brasileira aos jogadores atuais. Eles precisam assistir a vídeos da Copa do Mundo de 1958, 62, 70, 74, 82, 86, 94 e 2002. Pede para alguém contar a história do futebol, a quantidade de conquistas de Copa América, mostrar nossos 8 títulos e contar que os nossos únicos adversários de verdade são o Uruguai (com 15 títulos) e a Argentina (com 14 títulos) e falar para estes jogadores, que ganham em Euros e talvez nunca tenham pegado em um Real, que talvez não é somente uma pequena evolução da Venezuela, mas sim que o Brasil está em franca decadência.

Desde 2007 não conquistamos uma Copa América. Mas, um dia já fomos um país do futebol. Em jogos da seleção brasileira você poderia andar a pé no meio da rua que não teria problema de atropelamento. Nos dias de hoje, o Castelão não esgotou a venda antecipada de ingressos para um jogo de eliminatória. Tomamos de 7×1 para a Alemanha na Copa do Mundo em casa e ninguém que manda na CBF ainda se deu conta disto. Ou aquela gente está mais ocupada brincando de Polícia X Ladrão. E antes que eu esqueça da vingança: um brinde ao Van Persie!

Mauro Mueller é apresentador do Show de Bola da Rede Massa, radialista e ator