O uso de meios de pagamento eletrônicos por parte dos estabelecimentos comerciais estimula gastos maiores dos consumidores, aponta pesquisa da Tendências Consultoria encomendada pela MasterCard. Segundo o levantamento, 82% dos varejistas têm a percepção de que a aceitação de cartões de débito incentivam o aumento do tíquete médio do consumidor. Entre os comerciantes que trabalham com cartões de crédito, 89% dizem que os lucros seriam menores se não aceitassem essa modalidade de pagamento.

A pesquisa mostra que o tíquete médio das transações com dinheiro é de R$ 76,66. Já a média gasta por consumidores que usam cartões de débito é de R$ 89,95. Quando o cartão de crédito é usado, em parcela única, a média avança para R$ 128,24. No caso das transações com crédito parcelado, o patamar salta para R$ 242,28.

Para o coordenador da pesquisa, Fernando Botelho, sócio da Tendências Consultoria, os estabelecimentos percebem que o uso de cartões amplia o universo de consumidores. Esses meios de pagamento dão acesso a outros tipos de consumidor, como aquele que não teve tempo de sacar dinheiro. O consumidor também vê os meios de pagamentos digitais como um acesso ao crediário descomplicado, sem burocracia, afirmou.

Do total de entrevistados, 90% aceitam cartões de débito e 83%, de crédito. Para aqueles que não aceitam esses meios de pagamento, a percepção de altos custos foi citada por 39% dos empresários e necessidade de obedecer à regulação e legislação, 21%.

O levantamento mostrou ainda que a participação dos meios de pagamento eletrônicos sobre a receita total das empresas é significativa, alcançando 25% em alguns casos.

TRANSAÇÕES EM DINHEIRO TÊM CUSTO OCULTO
Ainda que a percepção dos varejistas seja positiva em relação ao uso dos meio de pagamento eletrônicos, o universo de estabelecimentos que oferece essa modalidade é limitado. Dos 17 milhões de estabelecimentos comerciais do País, 2,5 milhões aceitam cartões como meio de pagamento, segundo a MasterCard. Mas a maioria desconhece o custo de transações em dinheiro.

Há uma percepção de que a indústria de cartões não agrega valor ao negócio, disse o VP de Desenvolvimento de Aceitação e Negócios da MasterCard Brasil e Cone Sul, Alexandre Brito. Há um ecossistema trabalhando para ampliar os estabelecimentos que aceitam cartões.

No entanto, Botelho destacou que, durante a pesquisa, os próprios empresários notaram que as transações com dinheiro geram custos altos para o negócio, entre os quais em relação à segurança. Em geral, os comerciantes têm uma dificuldade para compreender o custo do dinheiro. Ele é um custo oculto, que as pessoas pagam e não veem que estão pagando, disse.

Movimento — Os brasileiros movimentaram R$ 509 bilhões em compras com cartões de crédito e débito no primeiro semestre do ano, o que representa um crescimento de 10,2% em relação ao mesmo período de 2014. As compras com cartões de crédito somaram R$ 324 bilhões (alta de 10,1%) e as com cartões de débito, R$ 185 bilhões (alta de 10,5%).


DICAS PARA ENFRENTAR A CRISE

Quando o país passa por um momento de crise, a dica dos especialistas em finanças é mudar algumas posturas com relação à forma que se lida com o dinheiro. O professor de finanças da FGV, Luis Eduardo Franco de Abreu, relacionou três atitudes essenciais.

Livre-se das dívidas
Estamos com juros muito altos no cheque especial e no cartão de crédito. Se você está devendo, precisa conseguir dinheiro para quitar estas contas. Pode vender bens ou produtos, como um carro

Controle seus gastos
Quem leva um tremendo susto quando vê o valor da fatura, certamente precisa rever seus hábitos de consumo. Com planejamento, pode reduzir gastos no supermercado, shopping, em restaurantes, farmácias, bares, transporte, salões de beleza, assim como em casa

Priorize seu trabalho
No momento de crise, sua imagem na empresa não pode ficar ruim.  Tem gente que muda o tipo de transporte que utiliza para gastar menos e acaba chegando atrasado todos os dias. Não pode. Se você pretendia comprar roupas para se vestir melhor, a dica é: procure marcas mais baratas, mas não deixe de ajustar suas vestimentas ao ambiente em que está trabalhando. E deixar de fazer um curso importante para economizar? Esta decisão é a pior. Funcionário preparado é o mais preservado nas empresas na hora das demissões, diz o professor