A delação dos donos do grupo JBS, que atingiu em cheio o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB/MG) foi o assunto do dia na sessão de ontem da Assembleia Legislativa. O deputado estadual Felipe Francischini (SD) – filho do deputado federal Fernando Francischini (SD) – admitiu ter ficado decepcionado com o envolvimento de Aécio – a quem confessou ter votado para presidente nas eleições de 2014 – no esquema de pagamento de propina comandado pela JBS.

Arrependimento
Eu me arrependo muito de ter votado no Aécio e de ter pedido o voto dos meus amigos, dos meus eleitores. Mostrou que é um dos membros mais corrompidos do Senado. Não só pelos atos que cometeu, mas pela maneira como trata a operação (Lava Jato). Pela maneira com que quis trocar alguns membros da Polícia Federal responsáveis pela investigação. Mostrando que não é só o PT, os partidos de esquerda que têm se corrompido, avaliou Francischini.

Fragilidade
O líder da bancada de oposição na Assembleia, deputado Tadeu Veneri (PT), defendeu a saída de Temer e a realização de eleições diretas para a presidência e Congresso. Segundo ele, ficou evidente a fragilidade do Judiciário ao manter livre os empresários da JBS em troca do pagamento de uma multa, considerada de valor irrisório se comparado ao faturamento do grupo.

De cima
Também citado como um dos beneficiários de doações da JBS para sua campanha ao governo de 2014, o senador Roberto Requião (PMDB) divulgou nota afirmando que todas as contribuições recebidas por ele foram feitas oficialmente via Diretório Nacional. O peemedebista alegou ainda que todas as doações foram declaradas e constam na prestação de contas, sendo a maior parte delas depois do encerramento da eleição, para pagamento das dívidas de campanha. De acordo com o senador, houve uma doação feita pelo Diretório, outra pelo próprio Michel Temer e, a última, no último dia de fechamento de contas, da JBS, conforme consta na prestação de contas no TSE.

Contato
Requião alegou ainda que quem tratou de tudo em relação a essas doações foi o Diretório Nacional do PMDB. Não tivemos contato na campanha com ninguém da JBS e esses recursos foram encaminhamos única e exclusivamente por meio do Diretório Nacional, afirmou.

Advogados
O Ministério Público entrou com ação por improbidade administrativa contra o ex-prefeito de Assaí (Norte Pioneiro), Miguel Ângelo Bomtempo (PMDB), pela contratação irregular de um escritório de advocacia entre os anos de 2005 e 2010. O MP sustenta que a ilegalidade causou um prejuízo de R$ 1.737.704,94 aos cofres municipais. De acordo com as investigações, a contratação seria desnecessária, já que a prefeitura possui uma procuradoria jurídica própria. Além do ex-prefeito, são citados na ação o então secretário de Administração de Assaí, o escritório contratado indevidamente e seu dono. O MP pediu o bloqueio de bens dos envolvidos e a anulação do contrato.

Cargos
Já o Tribunal de Contas do Estado determinou que a advogada Carmem Cortez Wilcken, que acumulou em 2013 os cargos de servidora efetiva em Nova Santa Bárbara e de secretária municipal em Assaí, os salários recebidos em janeiro, maio e junho daquele ano. Segundo o relator do processo, conselheiro Nestor Baptista,servidora de Nova Santa Bárbara foi cedida ao Executivo de Assaí apenas em 17 de junho de 2013, tendo recebido remuneração dos dois municípios nos meses de janeiro, maio e junho de 2013.