SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar opera em alta sobre o real nesta quarta-feira (4), devolvendo parte da forte baixa da véspera, com o mercado à espera de declarações da presidente do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), Janet Yellen, em busca de sinais sobre o rumo da taxa de juros americana. Às 13h15 (de Brasília), o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, subia 0,90%, para R$ 3,804 na venda. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 1,33%, para R$ 3,802. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subia sobre 13. A presidente do Fed vai responder a perguntas na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nesta sessão. A expectativa é que Yellen dê novos sinais sobre quando o Fed pretende começar a subir a taxa de juros americana. Em sua última reunião, outubro, a autoridade monetária dos EUA deixou em aberto a possibilidade de elevação dos juros em dezembro deste ano. As taxas dos contratos americanos de juros futuros indicam chance de 52% de um aperto ocorrer no próximo mês. Os sinais emitidos pelo Fed sobre quando e em quanto elevarão os juros do país têm causado turbulência no mercado financeiro. A expectativa é que a alta provoque uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar. Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco. A notícia de que os empregadores privados dos EUA abriram 182 mil vagas de trabalho em outubro, um pouco acima das expectativas dos economistas, reforçou nesta quarta a cautela sobre um aumento de juros em dezembro. Os dados foram divulgados pela processadora de folhas de pagamento ADP. Na sexta-feira será divulgado o relatório de emprego oficial do país. ALÍVIO Mesmo com a leve valorização desta sessão, o dólar acumula queda de mais de 4% sobre o real desde o início do mês passado. A moeda americana também perde força sobre outras divisas emergentes, como a lira turca, no mesmo período. O movimento global reflete o alívio trazido pela expectativa de continuidade dos estímulos econômicos na Europa e na Ásia e a menor preocupação com a desaceleração da economia chinesa. Internamente, o cenário político mais ameno, com a proximidade do recesso parlamentar e a perspectiva de que decisões importantes não deverão ser aprovadas até o fim deste ano, também colabora para a desvalorização do dólar desde o mês passado. Além do alívio externo, a expectativa de entrada de recursos no país foi reforçada na véspera com a notícia de que a Hypermarcas vendeu sua área de cosméticos para a multinacional Coty por cerca de R$ 3,8 bilhões, embora o pagamento esteja previsto somente para o segundo trimestre do ano que vem. AÇÕES EM ALTA O principal índice da Bolsa brasileira operava em alta nesta quarta-feira, ampliando o ganho da véspera, quando registrou seu maior avanço diário em quase um ano. Às 13h15, o Ibovespa subia 0,35%, para 48.220 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 2,7 bilhões. No exterior, os mercados acionários dos EUA operavam perto da estabilidade, enquanto os índices de ações europeus tinham leves ganhos. A valorização das ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, ajudava a sustentar o ganho do Ibovespa. Esses papéis subiam 0,41%, para R$ 14,46. Com alta de 1,20%, o Itaú também colaborava para o desempenho positivo do Ibovespa na sessão. Este é o papel com maior peso dentro do índice. Em sentido oposto, as ações preferenciais da Petrobras caíam 3,18%, para R$ 8,21, devolvendo parte do forte ganho de quase 10% na sessão anterior.