O valor das horas extras pagas ao trabalhador no Paraná no ano passado correspondeu a 2,9% do total de horas trabalhadas, segundo a sétima edição do Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos, estudo, produzido pela Bachmann & Associados, em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR). O índice foi menor que o ano anterior, que ficou em 3,4%, e também de 2012 (5,1%).
A redução pode ser considerada como reflexo de melhor gestão ou de menor demanda no mercado, em decorrência do momento econômico no ano passado. O grau de terceirização também reduziu nos últimos anos: caiu de 13,9% em 2009 para 8,5% em 2014.
O estudo traz um retrato da gestão de pessoas no Paraná e mostra que houve melhoria no desempenho das empresas e adaptação ao cenário adverso da economia. Aponta saudável redução no número de horas extras pagas e na quantidade de terceirizados, mas mostra redução no tempo direcionado a treinamento. Indica tênue melhoria na taxa de acidentes.
Em relação à rotatividade, a pesquisa aponta que, em média, o indicador atingiu 38,5%, valor mais baixo se comparado com 2014, que foi de 41,4%. Cenário diferente para o comércio, especialmente influenciado pelo segmento varejista, que apresentou rotatividade de 62,3%, mais elevada que serviços (39,5%) e indústria (34,6%).

Resultado importante se refere ao índice de retenção de colaboradores. A análise indica que quase dois terços das empresas apresentaram retenção inferior a 90% nos primeiros 90 dias da contratação. Essa perda por iniciativa dos empregados foi de 19,4% (comércio), de 16,6% (serviços) e de 9,8% (indústria). A participação feminina na força de trabalho se manteve estável, atingindo a faixa de 40%.
No indicador absenteísmo, a pesquisa sinaliza que as empresas perderam 2,2% do tempo dos empregados devido às ausências. E o absenteísmo médico provocou perda de 1,0% do tempo contratado.
A pesquisa analisou 12 indicadores tradicionais na área de recursos humanos como, por exemplo, rotatividade, absenteísmo, retenção, horas extras pagas, terceirização e treinamento, com base nos dados de 2014, e contou com a participação de 218 organizações (13% micro ou pequena, 27% de médio porte e 60% de grande porte). A amostra incluiu pouco mais de 200 mil colaboradores.

Principais conclusões

A rotatividade média anual das organizações da amostra foi de 38,4%. O valor mais baixo dos últimos 5 anos. O comércio, especialmente influenciado pelo segmento varejista, apresentou rotatividade mais elevada que os demais setores

Quase dois terços das empresas da amostra apresentaram retenção inferior a 90% nos primeiros 90 dias da contratação. A perda de colaboradores por iniciativa dos empregados foi mais frequente nos setores de comércio e de serviços

As empresas perderam, em média, 2,2% do tempo dos empregados devido às ausências. Apenas o absenteísmo médico provocou uma perda de 1,0% do tempo

As horas extras pagas corresponderam, em média, a 2,9% das horas trabalhadas, refletindo melhor gestão ou menor demanda do mercado

Nas organizações da amostra, em média 39,7% dos empregados receberam algum tipo de remuneração variável, mas 28% das organizações ainda não adotam qualquer forma de remuneração variável ou por resultado

O maior percentual de empregados sem o Ensino Fundamental estava nos segmentos da construção pesada e de logística. Mas, em média, 10,2% dos empregados são pós-graduados

No geral, as organizações investiram 1,2% do tempo de seus empregados em treinamentos (aproximadamente 32 horas por empregado no ano)

A Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento (TFCA) média de todas as empresas da amostra ficou em 8,01 acidentados por milhão de horas trabalhadas. A meta de acidente zero foi alcançada por 61 (28%) organizações