A cada dia que passa, me decepciono ainda mais com a administração do Coritiba. Tinha tudo para ser uma das melhores administrações,. Agora, por incrível que possa parecer, o presidente Rogério Bacellar pode engrossar a fila daqueles mandatários que sucumbiram ao comandar o clube do Alto da Gloria. Não quero dizer aqui que o presidente seja má pessoa, desonesto, etc. Pode até ser um grande administrador. Contudo, infelizmente não tem conhecimento de futebol e sempre esteve mal assessorado. E agora está sozinho na luta para sair do buraco.

Um dos pilares que sustentavam a sua campanha, em termos de futebol, era o professor João Paulo Medina. Um professor universitário, teórico do futebol e conhecido por algumas obras literárias e projetos esportivos. Seu maior projeto aconteceu no ano de 2000 no Internacional de Porto Alegre. Desde então, não havia emplacado nenhum grande trabalho.

Para fazer o clube crescer e voltar a figurar entre os maiores do Brasil, Medina faria das categorias de base um celeiro de jogadores para o time profissional e Marquinhos Santos seria o encarregado para descobrir esses talentos. Entretanto, com cinco meses de trabalho, o fracasso no Estadual e a desastrosa largada na Série A, o projeto ruiu. Marquinhos Santos foi demitido e o famoso G5 implodiu. A promessa de utilização de jogadores formados em casa também implodiu e a ideia de contratação de ex-jogadores em atividade aflorou com muita força.

Você lembra quais eram as personalidades de que formavam o famoso G5? Grave bem esses nomes. O grupo de notáveis, além do presidente, era formado por Andre Macias, Ricardo Guerra, Gilberto Serpa Griebeler e Ernesto Pedroso. Vale perguntar: por onde andam esses senhores que afundaram o clube e depois correram do serviço?
Aliás, é preciso saber por onde anda o senhor Ricardo Guerra, que na campanha disse: minha maior contribuição será com a visão de gestão. É o momento de colocar a casa em ordem. Uma pessoa preparada para grandes desafios e com visão internacional de gestão deveria suportar mais que cinco meses no comando administrativo do clube. É muita incompetência, é papo furado ou realmente existem muitos fantasmas entocados no Alto da Gloria.

Por certo, você já ouviu aquela expressão popular: atirou no que viu e acertou no que não viu? Pois é, esse foi o procedimento do Coritiba na condução do episodio da contratação do seu novo treinador.

Já disse anteriormente que, para dar certo no futebol, o Coritiba deveria apostar muito mais em profissionais formados em casa. Foi correto o presidente em apostar no Pachequinho como técnico. Entretanto, é um erro brutal buscar uma solução caseira por conta de um sonoro NÃO recebido de outro profissional. Teria de apostar no seu carisma de ex. jogador e principalmente na sua capacidade técnica já comprovada dentro do próprio clube.

Mais uma decepção. Quando pensamos que a entrada de novas cabeças pensantes no comando do Paraná Clube traria novas idéias, o que vemos é uma total falta de criatividade. Particularmente, entendo que o Paraná Clube só dará certo quando houver uma desvinculação do clube social com o time de futebol. É impossível conceber que um time que é deficitário tenha de sustentar as manutenções das piscinas. Contudo, vender um patrimônio para pagar contas é como tentar enxugar gelo. Mais uma vez, vocês não pagarão as contas, gastarão todo o dinheiro e perderão a sua sede social. Criem outra opção e desistam dessa ideia de vender a sede da Kennedy.

Edilson de Souza é jornalista e sociólogo