O goleiro Guilherme Marinato, de 29 anos, pode em breve vestir a camisa da seleção. Mas não da brasileira. Revelado pelo Atlético-PR, o jogador, que iniciou a carreira na Rússia Brasileira (apelido carinhoso do Paraná), está há oito temporadas no Lokomotiv Moscou e agora cogita defender a Rússia original.

Nascido em Cataguases, em Minas Gerais, o goleiro tentava desde 2011 obter a nacionalidade russa. O processo demorou por conta das dificuldades com a língua local, que parecem ter sido totalmente superadas, pelo que revela um vídeo em que Guilherme fala sobre ter se tornado um cidadão russo.

Ao longo dos anos, eu me acomodei na Rússia. Eu moro aqui com minha família por um longo tempo e me sinto em casa. Assim, tomei a decisão de me tornar um cidadão da Rússia – uma escolha consciente que fiz. Estou feliz por fazer parte de um grande país, diz o jogador, em russo, no vídeo.

Se o desejo de Guilherme se realizar, o atleta terá a oportunidade de jogar a Copa do Mundo em sua nova casa, já que a Rùssia sediará o próximo mundial. O presidente do Lokomotiv, inclusive, já admitiu que espera ver o atleta atuando pelo selecionado local.

Recebemos o passaporte russo. Guilherme é um cidadão russo agora. Ele tem vivido na Rússia por sete anos. Ele queria isso. O país deveria estar orgulhoso quando certos atletas querem se tornar russos. Isso é diferente de quando, depois de atuar um pouco no país, um esportista quer se naturalizar. Ele realmente quer jogar na seleção, disse Olga Smorodinskaya, presidente do Lokomotiv, ao canal de televisão “Match TV”.

Guilherme chegou ao Atlético em 2003 via parceria com o PSTC e dois anos depois já estava no time principal. Ao todo, foram 24 atuações com a camisa rubro-negra, num período em que o titular da posição era o colombiano Viáfara. Visto como um dos mais promissores goleiros brasileiros, acabou despertando o interesse de clubes do exterior e foi vendido ao Lokomotiv por 4 milhões de euros, valor da multa prevista no contrato com o Furacão.