SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O belga de ascendência marroquina Abdelhamid Abaaoud, suposto cérebro dos ataques terroristas perpetrados em Paris no último dia 13, que deixaram 130 mortos, esteve nos arredores do Bataclan enquanto a polícia ainda estava em confronto com os terroristas dentro da casa de shows. As informações foram dadas por François Molins, procurador da cidade, em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (24). Abaaoud, que morreu durante um cerco policial a um apartamento em Saint-Denis na última quarta-feira (18), foi filmado por câmeras de segurança entrando numa estação de metrô próxima ao local onde um carro com três armas havia sido abandonado. Segundo o procurador, ele desceu na estação de la Nation -próxima á casa de shows. O celular do terrorista foi detectado no décimo, no décimo primeiro (onde fica o Bataclan) e no décimo segundo distrito da capital francesa entre 22h28 e 0h28 (horário local), afirmou Molins. O procurador de Paris também disse que Abaaoud planejava atacar o distrito comercial parisiense de La Defense em 18 ou 19 de novembro. Em seu abrigo em Saint-Denis foram encontrados uma pistola, fragmentos de granadas e dois coletes suicidas. ACUSADO Jawad Bendaoud, 29, dono do apartamento no qual Abaaoud se escondia, foi acusado nesta terça por relações com o terrorismo -de associação criminosa e posse de substâncias incendiárias e explosivas ligadas a uma organização terrorista. Ele está sob custódia, mas pleiteia sua liberação. Bendaoud assumiu numa entrevista à TV francesa ter abrigado duas pessoas vindas da Bélgica em sua casa em Saint-Denis, mas afirmou que não sabia quem eles eram nem o que eles pretendiam fazer na França. “Me pediram um favor e eu fiz”, disse na ocasião. Ainda segundo o procurador, o DNA do homem morto no apartamento junto com Abaaoud e ainda não identificado foi encontrado numa das armas que estavam no carro abandonado, o que pode significar que o ele participou dos ataques, mas a informação ainda não está confirmada. As impressões de Abaaoud e de Brahim Abdesalam -que se explodiu durante os ataques- estavam nas outras duas armas. Além dos dois, morreu também em Saint-Denis Hasna Ait Boulahcen, prima de Abaaoud. Quando ao cinturão com explosivos encontrado nesta segunda-feira em Montrouge, Molins afirmou que a peça ainda está sendo analisada, mas é do mesmo tipo dos usados nos ataques.