SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Presidente da comissão independente instituída pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), o advogado canadense Richard “Dick” Pound afirmou que o Quênia deve ser o próximo alvo de investigação devido ao uso generalizado de doping.
A comissão chefiada por Pound, que presidiu a Wada entre 1999 e 2007 e foi vice-presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), recomendou no dia 9 de novembro o banimento do atletismo russo de todos os eventos internacionais devido a um esquema estatal de dopagem. Cinco dias depois, a IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) suspendeu o país provisoriamente.
Pound acredita que, no Quênia, práticas semelhantes ocorrem. “É muito claro que o Quênia desfrutou de grande sucesso em provas de resistência no atletismo, e é também muito claro que há muitas substâncias melhoradoras de desempenho sendo usadas lá”, afirmou ele, em entrevista a uma rádio.
“Isso deveria ser um assunto preocupante para todos os atletas. Com certeza é um assunto preocupante para a Wada.”
Os comentários do dirigente, que também foi nadador olímpico, são uma sequência ao que chefe do Comitê Olímpico do Quênia, Kipchoge Keino, disse na semana passada. Keino afirmou que a Wada estava “considerando seriamente” banir seu país do atletismo por quatro anos.
Investigadores também questionaram o fato de uma suposta propina que três cartolas da federação queniana de atletismo teriam recebido da Nike, no valor de US$ 700 mil. A empresa de material esportivo nega a acusação.
O Quênia liderou o quadro de medalhas no último Mundial de Atletismo, em Pequim, há três meses. Os africanos foram a 16 pódios -sete ouros, seis pratas e três bronzes-.