Os líderes da bancada do PMDB, deputado Nereu Moura, e do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), travaram um duelo verbal na sessão de ontem da Assembleia Legislativa. Moura bateu primeiro, ao afirmar que o governo não teria autoridade para capitalizar o fato do Paraná ter se tornado a quarta economia do País, superando o Rio Grande do Sul. O Paraná está bem graças ao povo, não ao governo. Estaria muito melhor se não fosse ao governo, disse ele, lembrando que após a reeleição, o governo Beto Richa promoveu aumento de impostos que fizeram o Estado ter um dos maiores índices de inflação do País, além de ter utilizado recursos do fundo de previdência do funcionalismo para cobrir seu déficit.

Dor de cotovelo
Romanelli reagiu brincando com o fato do colega de partido ter ferido recentemente o braço em uma queda acidental. O deputado Nereu está com dor de cotovelo literalmente e figurativamente, afirmou, dizendo que há muito tempo o Estado sonhava em ultrapassar o PIB gaúcho. O Beto Richa é no mínimo um cara sortudo. No governo dele o Paraná passou o Rio Grande do Sul e se tornou a quarta economia do Brasil, destacou.

Pegou mal
Lideranças do PT de Curitiba não gostaram das declarações da senadora Gleisi Hoffmann, que sinalizou o fim da aliança com o PDT do prefeito Gustavo Fruet nas eleições municipais do ano que vem, e o lançamento de um candidato próprio do partido. O presidente do diretório, Natalino Bastos, teria feito chegar a Gleisi o descontentamento sobre as afirmações da senadora. Essa é uma decisão que cabe ao diretório municipal e não é exclusividade da senadora, teria dito ele por telefone, para outro petista.

Cunha
Levantamento feito pela Paraná Pesquisas divulgado ontem aponta que 70,8% dos brasileiros defendem o afastamento do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/RJ) da presidência da Câmara. Cunha é acusado de ter recebido recursos do esquema de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato, e de manter contas secretas na Suíça. Segundo a pesquisa, que ouviu 2.020 pessoas em 23 estados, outros 13,4% dos eleitores defendem que ele renuncie ao comando do Legislativo, e 4,8% ao mandato de deputado. Somente 5,6% defendem que ele siga como presidente da Câmara.

Queda
Na avaliação de 66% eleitores pesquisados, Cunha não tem independência para analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), contra 27,9% que consideram que ele tem autoridade para isso. Também 77% dos ouvidos consideram que o peemedebista é um mau político, contra 12,4% que aprovam sua atuação. Para 39,4% dos entrevistados, tanto Cunha quanto Dilma deveriam perder o cargo. Outros 29,4% preferem que Dilma caia antes, e 27,7% opinaram pela queda de Cunha. Segundo a Paraná Pesquisas, 83,2% dos eleitores estão convictos de que o deputado foi beneficiado pelo esquema de corrupção na Petrobras, e 75,8% não acreditam que ele está sendo perseguido pelo Ministério Público, como vem dizendo.

Voto de minerva
Um empate na votação do Requerimento protocolado pelo deputado Requião Filho (PMDB), para formar uma comissão para discutir o regime disciplinar da Polícia Militar, causou uma situação curiosa na sessão de ontem. Foram 20 votos favoráveis contra 20 contrários, levando ao presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSDB), exercer o voto de minerva contra a comissão.