LUCAS VETTORAZZO, MARCO ANTÔNIO MARTINS E LUIZA FRANCO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Preso nesta quarta-feira (25), o banqueiro André Esteves, fundador e presidente do banco BTG Pactual, chegou à sede da Polícia Federal no centro do Rio por volta das 9h10. Ele estava sem algemas, vestindo camisa branca e calça social escura. Esteves foi preso preventivamente no âmbito da Operação Lava Jato junto com o senador Delcídio Amaral (PT-MS). O Supremo Tribunal Federal autorizou a prisão do petista após o Ministério Público Federal apresentar evidências de que ele tentava conturbar as investigações sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.

O senador teria oferecido possibilidade de fuga ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró em troca de ele não aderir ao acordo de colaboração com a Justiça, revelando as irregularidades da operação. A conversa foi gravada por um filho de Cerveró. A prisão do banqueiro é temporária e está relacionada a um possível “auxílio” para que Cerveró não se manifestasse nos autos da Lava Jato. André Esteves, que comanda as operações do BTG em escritório em São Paulo, estava no Rio sem sua família pelo menos desde esta terça-feira (24). Os agentes da PF passaram cerca de três horas em seu apartamento, em um prédio na orla de Ipanema, zona sul. A PF chegou a sua casa por volta das 6h. O banqueiro faria a palestra de abertura do seminário “Perspectivas 2015”, organizado pelo banco, às 17h30, no hotel Sofitel, em Copacabana. Ele dividiria a abertura do seminário com Persio Arida, conselheiro do BTG e ex-presidente do Banco Central e do BNDES nos anos 1990. Eduardo Henrique Loyo, diretor-executivo do banco, também falaria na abertura. Até as 8h50, o evento continuava confirmado no hotel. A assessoria do banco não informou, até a publicação dessa reportagem, se o evento seria ou não cancelado.