SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Interpol prendeu os pais do menino Ezra nesta quarta-feira (25) na Tanzânia. O casal é suspeito de matar e esconder o corpo da criança dentro de um freezer no apartamento da família no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo, em setembro.
A polícia internacional buscava os pais do garoto desde que imagens do aeroporto de Guarulhos mostraram a mãe Lee Ann Finck, o padrasto Mzee Shabani, e duas filhas menores pouco antes de embarcarem a Tanzânia, na África, no dia 3 de setembro.
O corpo do menino de aproximadamente cinco anos foi encontrado um dia depois do embarque. O casal não era visto desde o dia 31 de agosto, segundo vizinhos.
Segundo a Polícia Federal, o casal foi detido em Bagamoyo, distrito da região costeira da Tanzânia, país de origem de Shabani.
A localização dos suspeitos foi descoberta pela Interpol São Paulo, que notificou a agência da Tanzânia. Agora, os pais do menino devem ser extraditados para o Brasil, onde devem responder pelo crime.
Ainda não há informações de quando eles serão enviados para o país. Os suspeitos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima).
CRIME
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, um mensageiro de 45 anos estranhou o fato de o primo dele, um vendedor de 26 anos, ter fechado a loja de doces que mantinha no térreo do edifício Fortuna, na rua Santo Amaro.
No dia 4, ele foi ao local para verificar o que havia ocorrido com o parente, que morava no primeiro andar do mesmo prédio.
Ao subir até o apartamento, ele sentiu o forte cheiro que exalava do imóvel. Policiais militares foram chamados, entraram no imóvel e encontraram o corpo do menino dentro do freezer. Ele estava enrolado em um lençol e sacos plásticos.
Segundo vizinhos, no dia 28 de agosto, o casal baixou as portas da loja e anunciou que a manteria fechada por sete dias para reforma.
Imagens de segurança do prédio onde a família morava mostram que, na tarde do dia 22 de agosto, Ezra passa pelo hall de entrada do prédio cumprimentando uma vizinha. Horas mais tarde, retorna ao prédio.
Seis dias depois, na noite do dia 28 de agosto, as câmeras gravam o freezer sendo carregado pelos corredores do prédio onde a família morava. Um dia depois, o padrasto do menino é visto pela última vez saindo do prédio.
Parentes do padrasto afirmaram que ele e a mãe já perderam a guarda do garoto por suspeita de agressões. Vizinhos também já haviam revelado que o garoto era agredido.