SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo de Israel declarou que pretende construir uma nova barreira de separação no sul da Cisjordânia para impedir a passagem de possíveis agressores.
O anúncio vem em meio a uma onda de violência que já dura dois meses, e que se estendeu nesta quinta-feira (26) com a morte de dois palestinos na Cisjordânia.
O ministro da Defesa de Israel, Moshe Ya’alon, disse na noite desta quarta-feira (25) no Parlamento que as autoridades de segurança querem erguer uma moderna cerca para separar a cidade palestina de Hebron, na Cisjordânia, de Kiryat Gat, em Israel.
“Pretendemos erguer uma cerca massiva”, disse o ministro. “Vai demorar um pouco, mas vai acontecer”.
Segundo Ya’alon, a nova barreira deve ser semelhante à construída na fronteira entre Israel e Egito para evitar a passagem de migrantes. Além disso, ela deve incluir uma série de equipamentos de vigilância e custaria centenas de milhões de shekels (um shekel corresponde a cerca de um real).
O objetivo da obra seria impedir que possíveis agressores invadissem o país por meio das falhas presentes na barreira já existente na Cisjordânia, a qual começou a ser construída por Israel em 2002.
As autoridades suspeitam que o homem que feriu a facadas quatro israelenses em Kiryat Gat no sábado (21) tenha invadido o país por meio dessas falhas.
Hebron tem sido um dos principais focos da recente onda de violência em Israel e nos territórios palestinos ocupados. Desde os anos 2000, a cidade se encontra dividida entre palestinos e colonos israelenses.
VIOLÊNCIA
Nesta quinta-feira, dois palestinos foram mortos a tiros por forças de segurança israelenses em eventos separados na Cisjordânia.
No primeiro incidente, soldados entraram em confronto com palestinos ao invadir a vila de Qattana, durante a madrugada, em busca de munições e de supostos agressores. Segundo as autoridades de saúde palestinas, os soldados deram um tiro na cabeça de Yehya Taha, 21, que morreu pouco depois em um hospital.
Em outro incidente, agentes balearam e mataram um suposto agressor palestino que desceu de um táxi com uma faca próximo a um posto do Exército na cidade de Nablus, informaram as autoridades isralenses. O homem foi identificado pelas autoridades palestinas como Samir Seresi, 51.
Também nesta quinta, as autoridades israelenses apreenderam oito ônibus em Nablus, segundo motoristas da viação Al-Tamimi. Os veículos supostamente levariam palestinos para protestar perto de postos de controle na região.
Estas são os últimos incidentes registrados na atual onda de violência em Israel e nos territórios palestinos ocupados. Desde 1º de outubro, morreram ao menos 19 israelenses e 93 palestinos, a maioria abatida por soldados.