MARCEL RIZZO, ENVIADO ESPECIAL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente da Conmebol, o paraguaio Juan Ángel Napout, disse à Folha de S.Paulo que foi Marco Polo Del Nero quem tomou a iniciativa de pedir a saída do Comitê Executivo da Fifa — ele era um dos representantes da Conmebol na entidade que comanda o futebol, junto com o próprio Napout e com o colombiano Luiz Bedoya.
“Vivemos um momento especial [no futebol, com investigações]. O Marco Polo quer dedicar todo seu tempo ao Brasil, e isso tem um preço. Entendemos isso e respeitamos sua decisão”, disse Napout.
O presidente da CBF, que continuará como membro do Comitê-Executivo da Conmebol, entrou a carta na reunião da manhã desta quinta (26), na sede da CBF, onde oito das dez federações sul-americana se reuniram — Chile e Bolívia não enviaram representantes.
Napout afirmou que a Conmebol não estava incomodada com o fato de Del Nero não estar viajando para as reuniões do Comitê Executivo da Fifa, ou para os encontros sul-americanos. Desde maio, quando oito dirigentes foram presos acusados de receber propina para fechar acordos comerciais, Del Nero tem evitado deixar o Brasil.
Ele alega que precisa ficar no país por causa da CPI do Futebol, que investiga contratos da CBF, e para acertar detalhes do Profut, a lei de responsabilidade no futebol.
“Não estávamos incomodados, como já disse compreendemos a situação que todos estamos vivendo. É uma situação especial e ele informou que precisa estar todo o tempo dedicado à CBF. Aprovamos por unanimidade a indicação de Fernando [Sarney]”, disse Napout.
Fernando Sarney, filho do ex-presidente José Sarney e um dos quatro vice-presidentes da CBF, será indicado pela Conmebol como um de seus representantes na Fifa nas reuniões do Comitê Executivo da entidade que comanda o futebol, no início de dezembro, em Zurique, na Suíça.
“O Brasil é muito importante para o futebol e precisa ser representando”, disse Napout. Havia o risco, inicialmente, de o Brasil perder a vaga na Fifa.