SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da França, François Hollande, pediu uma coalizão internacional ampla contra a facção terrorista Estado Islâmico e ouviu de seu homólogo russo, Vladimir Putin, que Moscou está aberta a uma cooperação abrangente sobre o tema.
Na capital russa, Hollande tenta unir seu país, EUA e Rússia no combate aos extremistas, em resposta aos ataques que mataram 130 pessoas em Paris no último dia 13 e à derrubada do avião russo na península do Sinai, no Egito, em 31 de outubro, onde mais 224 pessoas morreram. O Estado Islâmico assumiu responsabilidade por ambos os atentados.
“Temos de tomar a iniciativa para que as ações contra o terrorismo sejam intensificadas”, disse Hollande a Putin no início do encontro dos dois no Kremlin nesta quinta-feira (26).
“O terrorismo é nosso inimigo”, disse, citando nominalmente o Estado Islâmico.
Putin, por sua vez, elogiou os esforços de Hollande para construir uma coalizão antiterror ampla e disse que Moscou está aberta a uma maior cooperação sobre o tema.
O presidente russo afirmou ainda que a Rússia chora pelas vítimas de Paris e pelas da queda do avião no Sinai.
A visita de Hollande à Rússia acontece dois dias depois de seu encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, em Washington, quando os dois líderes se comprometeram a aumentar os ataques aéreos contra o EI e a cooperação na área de inteligência. Após a conversa com Hollande, Obama disse que a cooperação russa seria extremamente útil.
Entretanto, a árdua tarefa de Hollande -de juntar numa mesma coalizão Rússia e EUA, que têm objetivos díspares na guerra civil da Síria- ganhou um obstáculo com o abate de um caça russo pela Turquia, membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Os russos atacam os diversos grupos opositores do regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, seu aliado. Já a Turquia, os EUA e a coalizão ocidental desejam a saída de Assad.