VENCESLAU BORLINA FILHO CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal apreendeu documentos, nesta quinta-feira (26), que podem ajudar a esclarecer um suposto contrabando de material radioativo do Brasil a grupos extremistas no exterior. A apreensão é parte da operação Soldner, deflagrada na manhã desta quinta em seis Estados e no DF com o objetivo de combater e desarticular uma organização criminosa que atuava no comércio ilegal e na exportação maciça de minérios e pedras preciosas. A PF suspeita que os criminosos contrabandeassem urânio, entre outros minérios. A denúncia foi recebida em 2013 e desde então era investigada. A movimentação do grupo é estimada em R$ 500 milhões. Duzentos policiais cumpriram, simultaneamente, 58 medidas judiciais em Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Pará, Pernambuco e Tocantins, para tentar desarticular a quadrilha de criminosos. Foram dez mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão, além de 29 conduções coercitivas – quando uma pessoa é levada à delegacia para prestar depoimento. Ao menos cinco pessoas já foram detidas. Segundo a PF, a organização criminosa é formada por duas células. A primeira atua fortemente na comercialização ilegal de pedras preciosas e é composta em sua maioria por empresários do ramo e pequenos comerciantes de joias. A outra seria composta por autônomos e pequenos empresários que comercializariam, mediante fraude, títulos da dívida pública e moeda estrangeira, em transações financeiras envolvendo bancos venezuelanos. Os investigadores suspeitam que a movimentação com moedas e títulos estaria vinculada aos processos de lavagem de dinheiro do grupo criminoso. A corporação identificou que o minério e as pedras preciosas seguiam uma rota que passava por Portugal, Bélgica e Israel, tendo como destino final Dubai. Os investigados responderão por crimes que vão desde a usurpação de matéria-prima da União a crime de formação de organização criminosa, dentre outros. Nenhum nome foi divulgado.