No final da tarde de hoje, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) publicou uma nota sobre o asssunto. Nas palavras do sindicato patronal, o sistema de transporte de Curitiba entrou “em colapso” por causa do “persistente descumprimento do contrato pelo poder concedente”, o que vem causando um “desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão”, uma vez que “a tarifa técnica atual (R$ 3,21) paga às empresas não cobre os custos da operação”. A situação teria se agravado com o fim da integração do transporte, no começo do ano, o que “levou a uma queda do número de passageiros, que, somada ao aumento dos custos, desequilibrou também a rede metropolitana”.

O sindicato ainda reclama que Curitiba é a única capital brasileira cuja tarifa cobrada pelo usuário (R$ 3,30) é maior do que a repassada às empresas (R$ 3,21) e reafirma que não terá condições de pagar integralmente o 13º no dia 30 de novembro. Além disso, o pagamento da folha e encargos, prevista para o quinto dia útil de dezembro, o pagamento da 2ª parcela do 13º e do vale, para 20 de dezembro, e o pagamento dos salários e encargos de janeiro poderiam sofrer atrasos. “Foi também comunicado ao Sindimoc que, para se normalizar o pagamento de salários e demais benefícios trabalhistas em 2016, evitando os atrasos que geraram diversas paralisações no ano de 2015, será necessário o desligamento de 2 mil colaboradores, já que a remuneração paga pelo Poder Público é bastante inferior às despesas do sistema”, afirma a nota.

Por fim, as empresas afirmam lamentar “profundamente” ter que cogitar esse tipo de medida, “mas infelizmente o sistema foi levado a ponto de não ter alternativa. Ou as empresas reduzem imediatamente despesas ou muito em breve entrarão em processo de falência, comprometendo o emprego de mais de 15 mil trabalhadores”. Elas garantem ainda que “todas as medidas judiciais possíveis estão sendo tomadas pelas empresas, em caráter de urgência, para que as autoridades públicas sejam obrigadas a cumprir com suas responsabilidades e restabelecer imediatamente o equilíbrio financeiro do transporte coletivo de Curitiba e Região”.