RICARDO GALLO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O tempo de estudar já acabou. Às vésperas da primeira fase do vestibular da Fuvest, especialistas dizem que o último dia antes da prova deve ser -por mais difícil que pareça- usado para se “desligar”. A prova da primeira fase acontece neste domingo (29).
“Já tive a experiência de ficar estudando na véspera da prova e não foi legal. Cheguei estressado, mal dormido. Não valeu a pena”, afirma Vitor Matteucci Ippolito,18, que prestará vestibular no próximo domingo para a Faculdade de Direito da USP. “A gente estuda o ano inteiro… não são oito horas em cima de estudo que irão resolver.”
É o segundo ano que Vitor irá tentar a Fuvest. Desta vez, decidiu que irá ou caminhar no parque Ibirapuera, jogar futebol ou sair para comer fora. “É um ponto de escape para muita energia acumulada… vestibular é um choque emocional forte”, diz. Com base na prova do ano passado, ele viu que não foi bem em exatas e passou a se concentrar nessa área.
Neste ano, a concorrência deve ser bem maior em relação ao ano passado, devido a uma redução na quantidade de vagas. Em vez das 11.057 vagas anteriores destinadas à USP, por exemplo, agora serão 9.568 vagas.
A Fuvest alterou mais dois endereços nesta quinta-feira (26) para a realização do vestibular. Com a mudança, todas as escolas estaduais do Estado foram excluídas da lista.
As alterações foram feitas depois que a escola Conselheiro Crispiniano, em Guarulhos (Grande SP), foi ocupada por estudantes. Eles protestam contra o fechamento de 92 unidades proposto pela gestão Geraldo Alckmin. Ao menos 182 colégios já foram ocupados, de acordo com a Secretaria de Educação.
FECHAR A LOJINHA
“Sempre digo que sexta-feira fecha a lojinha. Sábado [o aluno] vai ao cinema, não vai pegar em apostila. Não adiante querer fazer revisão em véspera de prova. Não é uma olhada que fará a diferença”, diz Paulo Moraes, diretor de ensino do Anglo.
Mesmo assim, os cursinhos costumam abrir na véspera do vestibular para uma última sessão para tirar dúvidas. “Tem gente do Brasil inteiro que vem fazer a prova e pode vir aqui. É uma espécie de zona de conforto para o estudante”, afirma Moraes.
Marcelo Dias Carvalho, coordenador geral do Etapa, diz que a orientação é para que o aluno “descarregue” o estresse de um ano inteiro dedicado aos estudos. “Sugiro que vá passear, andar de bicicleta. O aluno precisa parar um pouco.”