VINICIUS PEREIRA E FERNANDA PERRIN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A estudante Bárbara de Souza Fernandes, 18, foi impedida de entrar na unidade Uninove campus Memorial da América Latina, na Barra Funda (zona oeste), mesmo com comprovante de inscrição indicando que este seria o local de prova.
De acordo com os responsáveis pela aplicação da prova, o local do exame de Fernandes seria nas Faculdades Integradas Rio Branco, na Lapa (zona oeste).
A estudante, porém, possui um comprovante, que retirou do site da Fuvest no dia 24 de outubro, que indica que o local de realização da prova era na Uninove. Ela mostrou a imagem aos fiscais, mas ainda assim foi impedida de entrar.
Ao acessar o site com os dados da estudante na tarde deste domingo (29), o resultado é que o local de prova da estudante é no colégio da Lapa. O número de inscrição que consta no resultado, contudo, é diferente daquele da estudante.
Ela perdeu a prova. Fernandes tentaria uma vaga no curso de direito, pela segunda vez.
A reportagem entrou em contato com a Fuvest, mas até as 14h deste domingo não obteve retorno.
Em meio a uma forte chuva, estudantes que iriam prestar a Fuvest, etapa inicial do processo seletivo da USP (Universidade de São Paulo) e da Santa Casa, se aglomeravam em frente aos portões dos colégios que recebem a prova na região da Paulista, em São Paulo.
A expectativa entre os candidatos a uma vaga na USP era de uma prova longa e de nível parecido com anos anteriores. Cerca de 143 mil candidatos participam do processo seletivo.
Neste ano, a concorrência deve ser bem maior em relação ao ano passado, devido a uma redução na quantidade de vagas. Em vez das 11.057 vagas anteriores destinadas à USP, por exemplo, agora serão 9.568 vagas.
A estudante Karen Maria, 21, presta o vestibular pela quinta vez. Buscando uma vaga em medicina, um dos cursos mais concorridos na universidade, ela esperava uma prova difícil, principalmente em matemática. “Na Fuvest, matemática é sempre muito difícil. Química e física devem estar razoáveis e as matérias de humanas mais fáceis”, afirmou Maria, que estuda das 6h as 21h no cursinho.
Outros vestibulandos demonstravam confiança com a prova, enquanto aguardavam a abertura dos portões em frente ao colégio São Luís, em São Paulo. Matheus de Sampaio, 18, presta Fuvest pela segunda vez. “Ano passado estava difícil, mas nesse ano estou mais preparado”, disse o estudante, que estuda sete horas por dia por uma vaga no curso de relações públicas.
Em frente a outro colégio tradicional de São Paulo, o Dante Alighieri, nos Jardins (zona oeste de SP), os estudantes se encolhiam embaixo de marquises para se esconder da chuva minutos antes do fechamento dos portões. “Essa chuva me castigou demais, vou passar a prova toda inteirinho molhado”, disse Bruno Souza, 19.
Manuela Lima, 21, chegou a cinco minutos do fechamento dos portões no Dante Alighieri. Encharcada, a vestibulanda que tenta uma vaga no curso de psicologia reclamava da chuva. “Me atrapalhou muito.”
A reportagem não presenciou estudantes atrasados ou confusão no fechamento dos portões, às 13h, nos colégios visitados.
PRÓXIMA FASE
A lista de convocados e os locais de prova da segunda fase do vestibular devem ser divulgados no dia 21 de dezembro. Os exames serão aplicados em janeiro.
Estão em disputa neste ano 9.568 vagas na USP e na Santa Casa. Outras 1.489 (13,4%) serão, pela primeira vez, selecionadas pelo Sisu (sistema federal), por meio do Enem. A adesão à seleção federal ficou a critério de cada unidade.
Medicina no campus de Ribeirão Preto é o curso mais disputado na Fuvest deste ano -são 71,9 candidatos por vaga. Em segundo lugar está psicologia, com 59,8, seguido do curso de medicina em São Paulo (58,8).