SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos EUA, Barack Obama, reconheceu a responsabilidade histórica de seu país nas emissões de carbono em seu discurso na COP- 21 (Conferência do Clima de Paris), nesta segunda (30), e prometeu que seu país vai trabalhar para encontrar uma solução.
Obama disse que “nós somos a primeira geração a sentir os impactos da mudança climática e a última capaz de fazer algo a respeito” e admitiu que seu país está na raiz histórica do problema.
“Como líder da maior economia mundial e do segundo maior emissor [de gás carbônico], (…) os EUA não apenas reconhecem nosso papel na criação desse problema, nós aceitamos nossa responsabilidade em fazer algo a respeito”, disse no discurso.
Em um discurso otimista, no entanto, ele afirmou que “nada vai nos deter” na construção de um futuro para as novas gerações, em relação aos ataques terroristas em Paris no dia 13 que ameaçaram a realização do evento na capital francesa.
Ele chamou a conferência de “um ato de desafio” e elogiou os franceses por não cancelarem o evento.
O líder americano disse que os EUA já sentem os efeitos da mudança climática, em especial o Alasca -Estado que ele mesmo visitou há alguns meses-, citou diversas medidas que a sua gestão tomou para abordar a questão, incluindo investimentos em fontes renováveis de energia.
ENCONTRO BILATERAL
Em um encontro bilateral antes da cerimônia de abertura, Obama e seu colega chinês, Xi Jinping, pediram nesta segunda para que os líderes mundiais trabalhassem juntos para assegurar um acordo climático que assegure uma “economia global de baixos níveis de carbono”.
O líder americano creditou à liderança de Washington e Pequim a iniciativa de 180 países estipularem suas próprias metas para reduzir emissões de carbono antes da reunião em Paris.
“Como as duas maiores economias e os dois maiores emissores de carbono, determinamos que é nossa responsabilidade de tomar a iniciativa”, disse Obama. “Nossa liderança em relação a isso tem sido absolutamente vital.”
O presidente dos EUA mencionou também assuntos críticos à relação ente Washington e Pequim durante a reunião com Xi. Os americanos têm acusado os chineses de ciberespionagem e manifestado preocupação em relação às ambições territoriais desta no mar do Sul da China.
Obama afirmou após a reunião, no entanto, que os dois países desenvolveram uma “maneira educada de discutir essas questões”.
A conferência, que reúne 151 líderes mundiais, acontece ainda sob o clima de tensão em Paris devido aos ataques terroristas. Obama mencionou o terrorismo e disse ter expressado a Xi suas condolências pela morte de um cidadão chinês feito refém pelo Estado Islâmico, afirmando que isso “indica que [o terror] é uma ameaça a todas as nações”.
Na noite anterior, o presidente americano havia prestado suas homenagens às vítimas de Paris em visita à casa de shows Bataclan, um dos alvos dos atentados na capital francesa.