SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ala Kobe Bryant, do Los Angeles Lakers, possui cinco títulos da NBA (entre 1999/2000 e em 2009/2010) e dois ouros olímpicos (em Pequim-2008 e em Londres-2012) e se tornou um dos maiores jogadores da história do basquete. Porém, com 37 anos, Bryant já sente o peso da idade e não consegue mais jogar no ritmo frenético da NBA, a liga de basquete mais forte do mundo.
Ao anunciar a sua aposentadoria no fim da atual temporada, no domingo (29), ele foi claro ao dizer: “meu corpo sabe que está na hora de dizer adeus”.
Bryant perdeu grande parte das duas últimas temporadas por causa de lesões.
Em 2013/14, jogou apenas seis jogos, pois sofreu uma fratura no joelho esquerdo. Antes, já havia passado por uma cirurgia no tendão de Aquiles.
Em 2014/15, participou de apenas 35 partidas (de 82) por causa de uma lesão no ombro direito.
Com tantos problemas, o rendimento do atleta caiu. E os seus arremessos, de fato, não são mais os mesmos.
Desde que começou a jogar na NBA, Bryant nunca teve um aproveitamento tão ruim nos arremessos de quadra. O declínio é visto nos números.
Em 2012/13, ele teve um aproveitamento de 46%. Na temporada seguinte, caiu para 42%. Em 2014/15, teve 37%. No atual campeonato, depois de 13 jogos, seu aproveitamento é de 30%.
De 220 arremessos, ele converteu apenas 67.
Bryant também tem enfrentado dificuldades na linha dos três pontos. Está com um aproveitamento de 20%. Pior que isso só em 2013/14, quando acertou apenas 18% -em só seis jogos por causa de lesão.
Com arremessos tão ruins, Bryant está com uma média de 15,5 pontos por jogo. Foi pior só nas suas duas primeiras temporadas, quando ainda era reserva, e em 2013/14.
Mas não é isso que marca a carreira do ala, pois ele já teve números impressionantes.
Em 2005/06, por exemplo, em seu auge, ele terminou a temporada com média de 35,4 pontos por partida e um aproveitamento de 45% nos arremessos de quadra.
Atualmente, Bryant é o terceiro maior pontuador da história da NBA, com 32.683 pontos, atrás de Kareem Abdul-Jabbar (38.387) e Karl Malone (36.928).
Ele possui o segundo maior número de pontos marcados em uma única partida da NBA: 81 contra o Toronto Raptors, em 2006. Está atrás apenas da performance de 100 pontos de Wilt Chamberlain em 1962, na vitória de seu Philadelphia Warriors sobre o New York Knicks.
FÃ DE OSCAR E MILIONÁRIO
Bryant nasceu em 23 de agosto de 1978, na Filadélfia. É filho do ex-jogador da NBA Joe Bryant.
O brasileiro Oscar Schmidt, 57, é um dos ídolos do ala. Em 2013, em uma visita ao Brasil, o norte-americano postou uma foto em seu Twitter ao lado do ex-jogador.
Oscar, que jogou por mais de dez anos na Itália, enfrentou por muito tempo o pai do jogador no país.
Bryant foi a 13ª escolha do draft (seleção de calouros) de 1996 -selecionado pelo Charlotte Hornets. Pouco depois, acabou envolvido numa transferência para os Lakers, o segundo time mais vitorioso da NBA, com 16 títulos -só o Boston Celtics tem mais, com 17 troféus.
Desde então, ele se tornou um dos jogadores mais valiosos da NBA.
Bryant tem hoje o maior salário da liga: vai receber US$ 25 milhões por esta temporada. Mais até do que a estrela mais cobiçada da atualidade, LeBron James (US$ 23 milhões), do Cleveland Cavaliers.
Além disso, Bryant já ganhou muito com patrocinadores (como McDonald’s, Mercedes-Benz, Sony e Sprite).
Seu maior patrocinador, porém, é a Nike.
De acordo com a SportScanInfo, que analisa o mercado de produtos esportivos, a empresa norte-americana de materiais esportivos vendeu US$ 105 milhões em tênis do jogador nos Estados Unidos em 2014.
Segundo a Forbes, Bryant vai se aposentar com um ganho total de US$ 680 milhões entre salário e dinheiro de patrocinadores.
Isso representa, de acordo com a Forbes, o maior valor para um atleta no esporte coletivo. Os únicos atletas que ganharam mais que ele estão no esporte individual (Tiger Woods, Michael Schumacher e Floyd Mayweather).