LUIZA FRANCO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O Estado do Rio de Janeiro já tem 21 casos de microcefalia, uma má-formação do cérebro que pode trazer sequelas ao desenvolvimento cognitivo e motor da criança, informou a Secretaria Estadual de Saúde nesta segunda-feira (30). O número está acima da média anual, de 12,8. Dos 21 casos, 15 ocorreram desde julho. No último sábado (28), o Ministério da Saúde informou que há relação entre o surto de microcefalia no Nordeste e o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. No Rio, o vírus ainda não foi detectado em nenhum dos 21 casos de microcefalia constatados – a doença também pode ser causada por outros fatores. Mas a secretaria afirmou que eles ainda estão sendo investigados e lembrou que é difícil identificá-lo no recém-nascido, já que o feto pode ter sido infectado nos primeiros meses da gravidez. Ainda que o número de casos esteja acima da média anual, este não será, necessariamente, o ano recorde. Em 2013, houve 19 registros da doença. Dos 21 confirmados em 2015, apenas 18 já nasceram. A Secretaria afirmou ainda que a distribuição desses casos pelo Estado segue o padrão populacional – não há uma área do Estado que seja mais castigada. CASOS DE ZIKA A secretaria confirmou também que uma grávida está infectada com o vírus zika. Não se sabe ainda se o feto tem microcefalia. Para preservar a grávida, a secretaria não divulgará o município onde o caso foi registrado. O governo estadual já considera que o Estado vive um surto do vírus. “O Estado já tem casos registrados do vírus, e como é o primeiro ano, isso já configura um surto. O que o Estado não tem é um surto de microcefalia. Hoje os números não nos permitem afirmar isso, comparado aos anos anteriores”, disse o subsecretário de Vigilância e Saúde, Alexandre Chiepes. A secretaria não chega a recomendar que mulheres não engravidem por considerar que trata-se de uma decisão pessoal. Recomenda apenas que as grávidas usem roupas que cubram a maior parte do corpo e apliquem repelente. O governo Estadual passará a publicar relatórios sobre microcefalia e zika semanalmente.