Com poder de consumo minado, leitores apelam à troca para economizar, enquanto outros tentam conseguir algum dinheiro
Em tempos de dinheiro curto e bolso vazio, quem gosta de ler encontra nos tradicionais sebos uma ótima e barata opção para não ter de refrear a fome por literatura e livros. E em Curitiba, os estabelecimentos estão com estantes cada vez mais cheias e diversificadas. É que com a crise econômica, mais pessoas acabam se desfazendo das obras que possuem. Com isso, os sebos encontram a oportunidade perfeita para engordar ainda mais seus acervos.

Sebo-móvel de Curitiba: cultura em movimento

Segundo relataram os sebos consultados pelo Bem Paraná, a compra e troca de produtos praticamente dobrou em 2015 na comparação com o ano passado. Esse ano compramos muito mais do que o ano passado, acho até que dobraram as compras, afirma Simone Cristina Campos de Oliveira, gerente comercial do Sebo Kapricho. Realmente está tendo muita gente vendendo (para os sebos). Antes vendiam para desocupar espaço, mas agora há um comportamento diferente. Tem muita gente vendendo porque precisa de dinheiro para comer, comprar remédio, complementa Marilene Donizetti Gomes dos Reis, sócia-gerente do Sebo Releituras do Portão (o sebo conta com lojas também no Centro e no Carmo).

Mas se o momento é bom para os sebos irem às compras e enriquecerem seus acervos, por outro lado as vendas registraram queda de aproximadamente 30%, segundo aponta Rosângela Lucilha Navarro, gerente do Sebo Líder. O público que frequenta sebos é, em sua maioria, de um poder aquisitivo menor. Como eles também estão sofrendo com a crise, acaba afetando a gente. Quem gosta de leitura e antes vinha compra quatro, cinco livros, agora vem e compra um.

A maior procura, afirma Marilene, é por livros de literatura em geral. Em seguida aparecem os livros técnicos e CDs, DVDs e discos de vinil, principalmente de rock.