SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos 30 estudantes interditam na manhã desta terça-feira (1°) parte da ponte João Dias, na zona sul de São Paulo. Eles protestam contra a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de dividir parte dos colégios por ciclos únicos de ensino (anos iniciais e finais do fundamental e o médio) a partir de 2016.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que os alunos ocupam duas das três faixas da ponte, sentido centro, para protestar contra a medida tucana. Os motoristas que trafegam pela região encontram mais de um quilômetro de congestionamento no acesso à ponte e retenção em vias do entorno. Às 8h, a região sul da cidade registrava 20 km de lentidão.
A Polícia Militar informou que a manifestação começou por volta das 7h20. Ao menos oito carros da polícia acompanham o protesto. Esse é o segundo dia em que alunos bloqueiam vias importantes de São Paulo para protestar contra as medidas tucanas de reorganização dos ciclos de ensino.
Na noite desta segunda (30), os estudantes da escola Professor Silvio Xavier Antunes, do Piqueri (zona norte), fecharam as pistas da marginal Tietê, no sentido rodovia Castello Branco. Eles colocaram cadeiras e mesas nas pistas, impedindo o trajeto de carros. O ato durou cerca de 30 minutos. Mais cedo, alunos colégio Fernão Dias, em Pinheiros (zona oeste), também usando cadeiras, interditaram por cerca de três horas os dois sentidos da avenida Faria Lima, na zona oeste da cidade.
De acordo com último balanço da Secretaria de Educação, ao menos 190 colégios estão ocupados. A secretaria informou que planeja realizar um mutirão de visitas às escola para pedir que sejam entregues as reivindicações de cada colégio.
A intenção do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é enfraquecer o movimento, explicando suas posições ou tentando classificar os manifestantes como intransigentes (caso não queiram apresentar reivindicações). Alunos, professores e movimentos sociais criticam a reorganização da rede proposta pelo governo.
O plano de reorganização de ciclos prevê para 2016 o fechamento de 92 escolas e o remanejamento de 311 mil alunos -a rede estadual tem 5.147 escolas e atende a 3,8 milhões de estudantes. Ao todo, 754 escolas atenderão só um ciclo de ensino no Estado.
Os alunos dizem que só saem das escolas quando a gestão Alckmin desistir do plano de reorganização. Por outro lado, o governo disse que não voltará atrás, mas considera renegociar o plano caso os estudantes deixem as unidades.