BRUNO VILLAS BÔAS E GUSTAVO PATU, ENVIADO ESPECIAL RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção e da renda do país, caiu 1,7% no terceiro trimestre deste ano, na comparação aos três meses imediatamente anteriores, para R$ 1,481 trilhão, informou o IBGE nesta terça-feira (1º). Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa sequência desde 1990, quando o governo Collor confiscou o dinheiro depositado na caderneta de poupança para tentar conter a hiperinflação. Uma economia entra tecnicamente em recessão ao recuar por dois trimestres seguidos. O PIB já havia caído 0,8% no primeiro trimestre e 2,1% no segundo trimestre, na comparação aos três meses anteriores, segundo dados revisados pelo IBGE. Pela avaliação da FGV (Fundação Getulio Vargas), entretanto, a recessão começou há mais tempo, no segundo trimestre de 2014, quando houve uma piora generalizada nos indicadores econômicos. Quando comparado ao mesmo período de 2014, o PIB teve um recuo de 4,5% de julho a setembro. A economia assim recuou 3,2% no ano e 2,5% no acumulado de quatro trimestres (12 meses). A economia brasileira sofre com uma combinação de fatores, desde a perda de dinamismo do crescimento econômico global até a conta de anos de uma política econômica que fragilizou as finanças públicas. A crise política também não dá trégua. Os economistas esperavam uma queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre frente ao segundo trimestre deste ano. E uma baixa de 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa da agência internacional Bloomberg.