EDUARDO GERAQUE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cobradas por reagir ao tsunami de lama que atravessou grande parte da bacia do rio Doce até o mar, ONGs internacionais resolveram ajudar grupos que estão em campo, na bacia do rio Doce, em vez de elas mesmo mandarem equipes para o local.
De acordo com Carlos Nomoto, secretário geral do WWF-Brasil, o grupo que ele coordena, que atua em outros países, é um dos que optou por esse tipo de estratégia.
“É uma forma de concentrar esforços e otimizar os recursos” diz o ambientalista. A ONG decidiu por criar uma ferramenta eletrônica que fez o mapeamento de todas as nascentes prioritárias para a bacia do Doce. Ou seja, preservar onde os rios mais importantes nascem, em termos de volume de água, é uma das formas, segundo os técnicos, de ajudar na recuperação ambiental da área.
“É isso que está ocorrendo. As grandes ONGs estão direcionando investimentos e apoio às instituições que atuam na região” diz Eduardo Figueiredo, diretor presidente do IBIO, instituto que atua como a Agência de Bacias dos Comitês do Doce, apoiando o trabalhos dos vários comitês locais e gerenciando os recursos da cobrança pelo uso da água para aplicação em programas de recuperação da bacia.
No caso do IBIO, afirma Figueiredo, eles já receberam apoio técnico, como colaboração em planejamento e material de divulgação de ONGs como a Aliança pela Água e a WWF. “Estamos articulando recursos financeiros com outras organizações”.
Sobre a tentativa de recuperar a bacia do Doce, o esforço que o IBIO tem feito, segundo Figueiredo, é na tentativa de fortalecer o comitê de bacias da área afetada. “Eles é institucionalizado pela Política Nacional de Recursos Hídricos e tem um longo histórico de atuação na gestão e recuperação da bacia. “As ONGs ambientais de todo o Brasil tem apoiado essa causa”.
Outra ONG internacional com atuação no Brasil que optou por transferir recursos para grupos locais é o Greenpeace. A instituição fez doação de dinheiro para o grupo GIAIA (Grupo Independente para Análise do Impacto Ambiental). Essa espécie de coletivo reúne vários pesquisadores de diversas universidades que estão investigando o impacto da pasta de lama sobre a água, os sedimentos e também sobre a vida aquática e terrestre.