SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira (1º) que o mundo passará por uma nova crise de refugiados caso os países não se comprometam com uma ação ambiciosa para evitar as mudanças climáticas.
“Se deixarmos o mundo continuar aquecendo rapidamente como está, então teremos que dedicar mais e mais dos nossos recursos para se adaptar às várias consequências das mudanças climáticas. Este é um imperativo econômico e de segurança que temos que enfrentar agora.”
Em encontro paralelo à Conferência do Clima de Paris (COP21), Obama recebeu dirigentes de países insulares, como os caribenhos Santa Lúcia e Barbados, Papua Nova Guiné, Kiribati e Ilhas Marshall, na Oceania.
Ele os citou como exemplos de áreas destruídas com as mudanças climáticas. “Estes não são os países mais populosos ou influentes, mas suas populações estão entre as mais vulneráveis à devastação”, disse o americano.
O mandatário disse entender a beleza e a fragilidade da vida nestas ilhas por ser um “garoto insulano” -o presidente americano nasceu no Havaí. E pediu um financiamento global a estes países para que se adaptem às mudanças.
Obama defendeu ainda que o acordo final da COP21 tenha poder de responsabilizar localmente os dirigentes que não cumpram as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Embora tenha defendido uma punição aos governantes que violarem os objetivos de redução internamente, ele disse que as metas de emissões estabelecidas para cada país não devem ter a força dos tratados.
Por outro lado, afirmou que um acordo global deve ter cláusulas transparentes e revisões periódicas dos objetivos da redução de gases poluentes. Ele fazia referência aos cinco anos sugeridos pelos negociadores para revisão.
A frase sobre a responsabilização legal é uma referência aos republicanos, que já disseram que vão barrar a aprovação do acordo climático no Congresso. Alas mais radicais do partido não acreditam no aquecimento global.
ELETRICIDADE
Nesta terça, a França prometeu investir 8 bilhões de euros (R$ 32 bilhões) nos próximos cinco anos em energia renovável na África, a fim de aumentar a parcela da população com acesso à eletricidade.
Em encontro com líderes de 12 países, o presidente François Hollande comenta sobre mudanças, como erosão costeira, desertos e seca. “O mundo, em particular o desenvolvido, deve ao continente africano na questão ambiental.”
Enquanto isso, líderes mundiais, especialmente sul-americanos, defenderam a preservação das florestas e criticaram a redução dos parques nacionais. As reservas absorvem boa parte das emissões de combustíveis fósseis do mundo.