SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nova atuação extra do Banco Central no mercado de câmbio se sobrepõe à retração maior que a esperada do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no terceiro trimestre e ajuda o dólar a cair nesta terça-feira (1º) sobre o real. A moeda americana também perde força frente a outras divisas globais na sessão, após uma sequência de avanços.
No cenário interno, os investidores seguem à espera de importantes decisões políticas. O Conselho de Ética vota nesta tarde, em caráter preliminar, o processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode resultar em sua cassação.
Mais tarde, o Congresso vota a nova meta fiscal do governo para 2015. A votação havia sido adiada na semana passada após a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e do ex-presidente do banco BTG Pactual, André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato.
Às 12h55 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,73%, para R$ 3,866 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuava 0,56%, a R$ 3,865.
Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caía sobre 17. A divisa americana também perdia força contra sete das dez mais importantes moedas globais, entre elas o euro e a libra esterlina.
O Banco Central venderá nesta tarde até US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2016. Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo.
A autoridade também deu início aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 549,5 milhões.
O reforço de liquidez do BC deixou em segundo plano o resultado do PIB brasileiro no terceiro trimestre, que caiu 1,7% -acima das expectativas, de recuo de 1,2%. Trata-se do terceiro trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa sequência desde o ano de 1990, quando o governo Collor confiscou o dinheiro depositado na caderneta de poupança para tentar conter a hiperinflação.