O juiz Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira, da 3ª Câmara Cível de Curitiba, condenou os deputados estaduais Nereu Moura (PMDB) e Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) pela contratação de Elza Crispim como funcionária fantasma da Assembleia Legislativa, entre 2000 e 2001. Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, na época, ela trabalhava como doméstica da família do senador Roberto Requião (PMDB), mas foi registrada como funcionária comissionada da Liderança do PMDB no Legislativo. Moura foi condenado à suspensão dos direitos políticos por dez anos, perda da função pública e devolução do prejuízo aos cofres públicos. Romanelli foi condenado à suspensão dos direitos políticos por oito anos, perda da função pública e ressarcimento integral do ano.

Perícia
Ambos negam as acusações e disseram que vão recorrer. Moura diz que perícia pedida por ele e autorizada pela Justiça demonstrou que a assinatura no ofício de nomeação da funcionária demonstrou que a assinatura não era dele. O juiz não levou isso em consideração, afirmou o líder peemedebista. Romanelli alega que sequer tinha mandato ou cargo na época, e só foi envolvido por ser amigo do então chefe de gabinete da Liderança peemedebista na Casa, Paulo Gomes Júnior. Sou inocente. Não era deputado, nem ocupava cargo nenhum na ocasião. Tanto que o Ministério Público me excluiu da ação penal, afirmou.

Bate-boca
O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB) e o deputado Professor Lemos (PT) voltaram a se estranhar na sessão de ontem. Traiano insistiu que a proposta levada por ele e encampada pelo governo na semana passada, de reajuste salarial do funcionalismo público de 3,45% dividido em três vezes, entre setembro e outubro, e de 8,47% em janeiro de 2016, havia sido avalizada pelo petista. Lemos reagiu afirmando que isso era uma mentira. Traiano rebateu exigindo que o deputado do PT retirasse a expressão para não responder por quebra de decoro parlamentar, e garantiu ter testemunhas que corroboravam sua versão.

Trôco
O deputado Requião Filho protocolou ontem uma ação popular com pedido de liminar para bloquear R$ 1,3 bilhão nas contas do governo estadual para garantir o reajuste de 8,17% aos professores. Ele alegou que a iniciativa segue o mesmo conceito da ação da Procuradoria Geral do Estado que pediu o bloqueio de R$ 1,2 milhão das contas da APP-Sindicato por desobediência à ordem judicial que considerou a greve ilegal.

Demolição
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) determinou a devolução de R$ 90 mil, corrigidos, ao cofre estadual, solidariamente por Jairo Moraes Gianoto e o espólio de José Cláudio Pereira Neto. Eles foram prefeitos de Maringá entre 1997 e 2003, ano em que Pereira Neto faleceu, enquanto exercia o mandato. O dinheiro foi utilizado na construção de uma escola que foi abandonada ainda em obras e posteriormente demolida. O TCE julgou irregular a prestação de contas de convênio, pelo qual o Instituto de Desenvolvimento Educacional do Paraná (Fundepar) repassou o dinheiro à prefeitura em 1998. Auditoria apontou que a construção da escola, iniciada em outubro de 1998 em terreno da Prefeitura, foi paralisada em julho do ano seguinte. Anos depois, foi demolida, para dar lugar a outra obra pública. O convênio foi rescindido depois que a Fundepar já havia repassado os R$ 90 mil, correspondentes a parte.