MARCEL MERGUIZO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O técnico Antônio Carlos Barbosa chegou à seleção brasileira feminina de basquete em 1971, aos 26 anos, como assistente técnico. Conforme a Folha de S.Paulo antecipou, nesta segunda-feira (14), aos 70 anos, ele retorna à equipe como técnico, cargo que ele exerceu por 21 anos e deixou há oito.

“Sempre estou me adequando às evoluções. Você não pode ter a mesma cabeça de 1971. Isso me mantém em condições de comandar as jogadoras mais novas. Estou sempre me atualizando”, afirmou Barbosa à reportagem, logo após a confirmação da CBB (Confederação Brasileira de Basquete).

Paulista de Bauru, ele substitui Luiz Augusto Zanon, 52, que na sexta (11) renunciou ao cargo. Desde o ano passado, porém, Barbosa faz trabalhos junto à CBB, realizando clínicas e palestras no Brasil e no exterior. Como treinador será a terceira vez à frente da equipe nacional: de 1976 a 1984, depois de 1996 a 2007, quando conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, o quarto lugar em Atenas-2004 e a de prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007.

Em 1971 e 1972 ele foi assistente da seleção feminina. Barbosa assume a seleção a menos de oito meses da Olimpíada, em meio a uma crise entre os seis clubes da Liga de Basquete Feminino (LBF) e CBB. Entre os problemas atuais, o ex-técnico Zanon reclamou inclusive da falta de talentos na atual seleção brasileira. “Hoje nada é segredo, porque todo mundo assiste aos adversários em vídeos. Então temos que trabalhar muito. A falta de talentos é mundial. É uma situação que temos que conviver há 20 anos, porque não temos mais Paula e Hortência”, analisou Barbosa.

Outra mudança de postura em relação ao antecessor diz respeito à Olimpíada do Rio. Enquanto Zanon deixou o comando da seleção dizendo que nos Jogos de 2016 queria dar experiência e rodagem à equipe, Barbosa chega falando em pódio. “Vou trabalhar para buscar a medalha. O foco é a medalha. Se você fala que é pequeno, você fica pequeno. Nós vamos brigar por medalha”, ressaltou Barbosa.

O que ele não vai mudar é a convocação das atletas (já feita) e a comissão técnica atual, que se apresentam dia 6 de janeiro para jogar o evento-teste da Olimpíada, no Rio, entre 15 e 17 de janeiro.