A única mensagem de Natal e Novo Ano: PAZ.

Em qualquer língua, ela é o que todos deveriam ter, todos merecem, e o que mais faz falta no nosso mundinho de tantas coisas negativas.

Então Paz, Paco, Mir, Rauha, Vrede, Béke, Huzur, Fred, Polój, Pace, Paix, Frieden, Peace, neste final de ano que nem chegou a começar no Brasil, nos 365 dias em branco, nas notícias pesadas que fizeram parte do nosso quotidiano e na falta de horizonte de um país com mais de 250 milhões de habitantes e meia dúzia de tomadores do poder, sem eira nem beira. Mas que se acham empoderados.

Que possamos respirar — sem lama ( física e moral) , nos próximos 365 dias. De Paz, Paco, Mir, Rauha, Vrede, Béke, Huzur, Fred, Polój, Pace, Paix, Frieden, Peace.

TENTE A SORTE
Lentilha, romã, uvas, frutas secas, carne de porco – até no cardápio aparecem as mandingas para trazer sorte e prosperidade, tudo regado com folhas de louro e champagne. A explicação para tais comidas místicas no cardápio da ceia de réveillon é confusa, mas na verdade é que a origem se perde em tempos distantes, nos festivais que comemoravam o início das colheitas e que, depois do cristianismo, ganharam até um caráter religioso. As uvas, por exemplo: comer doze uvas nas badaladas da meia-noite do dia 31, representam os doze apóstolos de Cristo. Algumas pessoas guardam os caroços na carteira, até a próxima virada de ano. A lentilha tem outras vantagens: ajuda a combater o colesterol e a controlar a glicose sanguínea.

Também são guardadas as sementes de romã, frutos que os antigos associavam à ambição. Já a folha de louro lembra as folhas que enfeitavam a cabeça dos antigos césares e atletas gregos, e hoje servem de amuleto para que não falte dinheiro ao longo do ano. Pelas previsões negativas dos economistas e políticos mais avisados, convém fazer logo uma coroa. E das grandes.

Dá também para chamar prosperidade, comendo frutas secas, tâmaras, lentilha e carne de porco, eleita o prato número um no cardápio do réveillon, porque é animal que fuça para a frente, dando idéia de progresso ( as aves ciscam para trás). O champagne – no nosso caso o espumante – além de ser apreciado por muitos, é parte do ritual. Segundo a crendice popular, aquela explosão da rolha afugenta os maus espíritos.

O peru é uma das maiores aves comestíveis, consumida no mundo todo. Surgiu no continente americano e é considerado um dos principais itens da ceia. Foi levado para a Europa como galinha-das-índiase começou a ser mais usada na cozinha a partir do século 17. A carne mais saborosa é das fêmeas. A rabanada, doce natalino por excelência, chegou ao Brasil pelas mãos dos portugueses. No seu preparo é usado pão amanhecido, deixado de molho em leite e ovos, antes de ser frito e polvilhado com açúcar e canela. Foi em Portugal que a sobremesa se espalhou dos conventos para as casas, aproveitando pães velhos e evitando desperdício.

Torrone é doce especialmente apreciado na Espanha e na Itália. Feito com açúcar, mel, baunilha e amêndoas, é firme como uma bala dura. Parece que surgiu em 1441, quando confeiteiros fizeram para sobremesa de uma festa de casamento de uma personalidade de Cremona, na Itália, o doce cujo formato lembrava o torazzo, a torre na praça principal da cidade.

Panetone é doce especial, de massa leve, assado em forma redonda e alta, sempre recheado de frutas cristalizadas e passas. Nasceu na Itália e é conhecido do jeito que comemos hoje desde os tempos do duque Ludovido il Moro (1452-1508). Naquela época já era o doce mais tradicional usado nas comemorações do Natal em Milão. Já a Bûche de Nöel, foi um bolo criado no século 19 pelos franceses. Lembrando um tronco de árvore, homenageava o símbolo dos frios Natais europeus e as lenhas que queimavam nas lareiras durante os meses de inverno. A receita clássica é um rocambole de pão de ló recheado com purê de castanhas portuguesas, coberto com glacê de manteiga.

Então Paz, Paco, Mir, Rauha, Vrede, Béke, Huzur, Fred, Polój, Pace, Paix, Frieden, Peace, neste final de ano que nem chegou a começar no Brasil. Foram 365 dias em branco. Vamos colorir os próximos.