SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após o alívio na sessão anterior, o dólar voltou a subir nesta quarta-feira (6). O movimento acompanhou a valorização da moeda americana frente a outras divisas emergentes, com investidores preocupados com o crescimento da China. A notícia de que a Coreia do Norte realizou um teste nuclear adicionou mais pressão sobre o câmbio e os preços das commodities no dia. As Bolsas também sentiram impacto negativo, e fecharam em baixa. O principal índice de ações brasileiro atingiu seu menor nível desde março de 2009.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou a sessão em alta de 0,16%, para R$ 4,182 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançou 0,72%, para R$ 4,022. O dólar subiu sobre 21 das 24 principais moedas emergentes do mundo. A divisa dos Estados Unidos também ganhou força contra sete das dez moedas globais mais importantes, entre elas a libra esterlina e o dólar australiano

O Banco Central do Brasil deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 562 milhões. No mercado de juros futuros, os contratos fecharam majoritariamente em queda na BM&FBovespa. O DI para fevereiro de 2016 caiu de 14,320% a 14,312%, enquanto o DI para outubro de 2016 cedeu de 15,450% a 15,355%. Já o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 16,110%, ante 16,250% na sessão anterior.

PRESSÃO EXTERNA

A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) revelou que a atividade do setor de serviços da China cresceu no menor ritmo em 17 meses em dezembro. O banco central da China também permitiu que o iuan se desvalorizasse mais, aumentando as preocupações de que a segunda maior economia do mundo pode estar mais fraca do que imaginado.

Ainda no exterior, o mercado digeriu a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos). O documento revelou que alguns membros do Fed demonstraram preocupação com o baixo nível da inflação naquele país antes de votarem se concordavam ou não com um aumento nos juros americanos pela primeira vez em quase dez anos. Mesmo assim, a maioria deles foi a favor da elevação da taxa, que subiu, em dezembro de 2015, para o intervalo entre 0,25% e 0,50% ao ano. Ela estava entre zero e 0,25% ao ano, seu menor patamar histórico, desde o fim de 2008.

BOLSAS

O principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda nesta quarta-feira, acompanhando o mau humor dos mercados acionários europeus e americanos. O Ibovespa cedeu 1,52%, para 41.773 pontos. É a menor pontuação desde 31 de março de 2009, quando estava em 40.926 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,5 bilhões. As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, cederam 4,19%, para R$ 6,40 cada uma. Já as ordinárias, com direito a voto, recuaram 4,61%, a R$ 8,06. O movimento refletiu a baixa de mais de mais de 5% do barril de petróleo Brent (negociado em Londres), referência no setor, para seu menor valor em pelo menos onze anos. Também em queda, a Vale viu sua ação preferencial ceder 7,57%, para R$ 9,15, enquanto a ordinária perdeu 7,34%, a R$ 11,60. O preço do minério de ferro negociado no mercado à vista da China fechou a sessão em baixa. A China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira. Os bancos, setor com a maior participação dentro do Ibovespa, perderam. Tiveram desvalorizações os papéis do Itaú Unibanco (-0,39%), do Bradesco (-1,41%) e do Santander (-2,28%). O Banco do Brasil fechou estável em R$ 14,29.