O governador Beto Richa participou nesta sexta-feira (22), em Paranaguá, da solenidade de liberação de R$ 4 milhões para o combate à dengue no Litoral. Os recursos são oriundos de um acordo judicial entre a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e o Ministério Público Federal e foram repassados ao fundo de Saúde de Paranaguá.

Queremos combater de forma mais efetiva a dengue e os focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, disse o governador. Temos vários casos da doença confirmados, além de alguns suspeitos. É importante a presença do Estado ao lado das prefeituras, afirmou.

Ele ressaltou a necessidade da participação de toda a população para evitar a proliferação de focos do mosquito. Para combater a dengue, é importante a consciência de que cada um deve fazer sua parte dentro de casa, no quintal, onde puder, destacou Richa.

O diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, ressaltou que a aplicação dos recursos será focada no reforço da coleta e na correta destinação dos resíduos, medida diretamente relacionada com a eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti.

Nossa meta é retirar de Paranaguá seis mil toneladas de resíduos comuns e mais mil toneladas de resíduos contaminados, explicou Dividino. Nós acreditamos que teremos um efeito rápido e imediato na ação de combate à dengue. Estamos unindo toda a força do Estado para combater este problema tão grave.

MOMENTO DELICADO – O prefeito de Paranaguá, Edison Kersten, disse que o apoio do Governo do Estado é fundamental para o enfretamento à epidemia de dengue no município. Passamos por um momento bastante complicado, que foge do planejamento habitual do atendimento médico e gera uma sobrecarga no trabalho, contou Kersten.

De acordo com o prefeito, os recursos que vem sendo repassados possibilitaram a contratação de mais profissionais para reforçar o atendimento à população. Já os R$ 4 milhões anunciados nesta sexta-feira vão permitir a ampliação das ações de combate ao mosquito.

Os mutirões que estamos fazendo recolhem uma quantidade enorme de resíduos, que implicam em mais caminhões, profissionais e mais recursos para o aterro sanitário, que a prefeitura paga por tonelada, explicou. Este dinheiro será essencial para melhorar a coleta e dar uma destinação correta aos resíduos, complementou o prefeito.

O secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, destacou as demais ações do Governo do Estado no enfrentamento à dengue. Além desses repasses, estamos prestando todo suporte técnico e assistencial para que a cidade supere esta epidemia e não tenhamos novas mortes, disse Caputo Neto.

Ele lembrou que o Estado também instalou um hospital de campanha em Paranaguá para melhorar as condições de atendimento aos pacientes com suspeita de dengue, além de destinar R$ 3,5 milhões à operação Verão Paraná para o pagamento dos plantões dos profissionais da saúde que atuam no Litoral.

Caputo reforçou, ainda, que o combate à doença está sendo feito em todo o Estado. Na quarta-feira (20), o governador Beto Richa autorizou o repasse de R$ 22,1 milhões para o desenvolvimento de ações na área de vigilância em saúde, por meio do programa VigiaSUS, nos 399 municípios.

PLANO DE AÇÃO – No plano de ação para aplicação do recurso em Paranaguá estão previstas a contratação de mais 50 agentes sanitários, a locação de caçambas, transporte e destinação de materiais abandonados, locação de máquinas de limpeza, aquisição de sacos de lixo e de outros materiais para uso dos agentes sanitários.

O plano de ação prevê, ainda, medidas para limpeza, monitoramento e destinação correta de resíduos de grande porte. Também deverão ser realizadas atividades de integração dos agentes de saúde e agentes sanitários. Segundo a proposta firmada em acordo, o município de Paranaguá será subdividido em 12 regiões que receberão as ações do programa Dengue, Somos Todos Responsáveis.

O prazo para uso dos recursos é de 180 dias e a Prefeitura deverá prestar conta das ações para o Ministério Público Federal, Appa e Secretaria de Estado da Saúde.

Dividino destacou que após o vencimento do período de 180 dias, será feita uma avaliação do combate ao mosquito em Paranaguá e será estudada a necessidade de alternativas de continuidade das ações.

Promover a educação em saúde exaustivamente até que a comunidade adquira conhecimentos e consciência do problema. A população deve ser informada sobre a doença, o vetor e as medidas de prevenção e controle, completou Dividino.

OUTROS REPASSES – Além destes R$ 4 milhões para combate à dengue, outros R$ 4 milhões também fazem parte do acordo para execução de um programa científico para o Controle de Zoonoses, que será desenvolvido em Paranaguá pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) no decorrer de 2016 e 2017.

Já a Secretaria de Estado da Saúde destinou, anteriormente, R$ 7 milhões para Paranaguá, proveniente do programa Saúde do Viajante, para o combate ao mosquito da dengue.

MAIS MEDIDAS – A Appa desenvolve desde junho de 2015 um programa de combate à dengue na área portuária. No entanto, as ações estão sendo intensificadas devido ao estado de emergência decretado no município de Paranaguá.

O trabalho inclui ações de higiene e limpeza, pulverização em áreas portuárias com potencial de risco, educação ambiental com foco na saúde pública, divulgação em todas as comunidades da baía de Paranaguá e Antonina quanto a formas de prevenção e monitoramento, além de varrição de ruas e avenidas dentro da área do cais e do porto organizado.

Além disso, as poças de água estão sendo eliminadas por máquinas e foi criado um cronograma de pulverização diária nas áreas mais propensas ao surgimento do mosquito Aedes aegypti para eliminar possíveis criadouros.

PATRULHA – Os funcionários do Porto também criaram a Patrulha de Combate à Dengue, que percorreu 5.580 estabelecimentos comerciais em seis municípios do Litoral, desde 14 de janeiro.

Cerca de 30 voluntários da Appa e agentes de saúde dos municípios estiveram em Guaratuba, Matinhos, Pontal do Paraná, Morretes, Antonina e Guaraqueçaba sensibilizando os proprietários sobre a importância de ações de prevenção contra os focos do mosquito Aedes aegypti. Os comerciantes ambulantes também foram abordados.

Em Paranaguá, a orientação está sendo feita diariamente aos cerca de dois mil funcionários que atuam na área administrativa e no cais do Porto. Além disso, são realizadas palestras em todas as empresas que desenvolvem atividade portuária.

De acordo com o último boletim da Secretaria de Estado da Saúde, Paranaguá tem 622 casos de dengue confirmados e 1.895 casos notificados.