Quem está de férias em Curitiba, seja turista ou morador, muitas vezes se depara com aquela dúvida: qual programa diferente fazer? A capital paranaense tem diversos atrativos turísticos como Ópera de Arame, Jardim Botânico e Museu do Olho, mas às vezes esses roteiros mais conhecidos podem já ser um pouco batidos e aí é hora de reinventar e ir em busca de novas opções. Para quem gosta de história, gastronomia, cultura e lazer o Centro Histórico é uma ótima opção.

O Centro Histórico de Curitiba é uma das regiões mais charmosas da cidade e conta com uma diversidade de programas enorme. Além de muitos estabelecimentos que oferecem gastronomia, lazer, serviços e produtos, também temos museus, casarões históricos, igrejas, praças e muita história para contar, conta Anna Vargas, presidente da Rede Empresarial da região, associação que busca fomentar a região. Denominado também de setor histórico e popularmente conhecido com Largo da Ordem, o centro histórico representa o início da povoação do segundo planalto paranaense, onde foi oficialmente fundada a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais em 1693. Esta região da cidade compreende o atual Bairro de São Francisco e parte do Centro de Curitiba.

Palácio Garibaldi: fachada com estilo neoclássico 

Lugar tem museu, ruínas e restaurantes

Como o próprio nome já diz, a região é carregada de história. Ao percorrer as ruas do Centro Histórico é possível ver prédios de outros séculos, alguns funcionando como museus, outros comerciais.

Nosso roteiro começa no Museu Paranaense, o primeiro museu do Paraná e o terceiro do Brasil. Foi inaugurado no dia 25 de setembro de 1876, no Largo da Fonte, hoje Praça Zacarias. Depois, ocupou seis sedes e atualmente está no Palácio São Francisco. Além de ser parte da história de Curitiba, o local tem um Pavilhão da História do Paraná que faz a linha do tempo desde a pré-história, 8000 anos antes da época atual, até o início do século XX, com a integração dos imigrantes ao nosso Estado. Seu acervo hoje tem mais de 400 mil itens.

Saindo do Museu Paranaense, na Rua Kellers, se tiver tempo, vale a pena dar uma desviada do roteiro e seguir pela rua para conhecer a Mesquita Imam Ali ibn Abi Talib. Por fora já é uma bela vista e se for entrar esteja ciente de que terá que tirar os calçados e as mulheres terão que usar véu. A mesquita disponibiliza o acessório caso o visitante não tenha.

Voltando (literalmente), retorne ao Museu Paranaense, ou caso não tenha ido à Mesquita, apenas saia do Museu e, em frente, você avista a Praça João Cândido. Situada em um dos pontos mais altos da cidade, ela guarda vestígios dos primórdios de Curitiba, com os muros de uma igreja inacabada dedicada a São Francisco de Paula e iniciada no começo do Século XIX. O local é conhecido por Ruínas de São Francisco. Nela encontram-se o Belvedere, antiga construção em estilo art-nouveau, onde se reúnem as intelectuais curitibanas e que logo deve passar por restauração.

Indo contra o sentido dos carros pela Rua Kellers, ande por alguns metros e veja à sua esquerda o Palácio Garibaldi. A construção, iniciada em 1887, tem uma fachada com estilo neoclássico. O local já foi sede do Tribunal Regional Eleitoral e Palácio da Justiça. Em 1988 foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná e até hoje recebe muitos eventos.

Museu Paranaense

Palacete imponente e relógio curioso

Depois de conhecer alguns lugares, pode ser hora de fazer uma boquinha. Pela região existem restaurantes para todos os gostos. Destaque para o Oriente Árabe, que fica aberto desde as 11h e serve refeição direto até às 23h (de terça a sábado). Outra ótima opção também é o Tuba’s, que fica aberto tanto para almoço, quanto para o happy hour, caso esteja passando pela região no fim do dia. Caso a fome ainda não tenha batido, outra opção é descer pela Praça Garibaldi, e dar uma espiadinha no Relógio das Flores, um presente que a cidade ganhou de joalheiros em 1972.

Ainda na Praça, vale a pena visitar o Palacete Wolf, construído pelo imigrante austríaco Fredolin Wolf, em 1880. Depois de já ter sido sede da Câmara Municipal, de quartel general e alguns comércios como uma loja maçônica, o imóvel passou para a coordenação da Fundação Cultural de Curitiba que promove diversas ações, entre oficinas de análise e criação literária e laboratórios de leitura. O Palacete abriga, ainda, a Livraria Dario Vellozo, espaço alternativo para comercialização de obras literárias não comumente encontradas no circuito comercial.

A terceira atração da Praça é a segunda igreja da cidade, a Igreja do Rosário. Construída por escravos em 1737, era a igreja dos pretos de São Benedito. Em 1931 foi demolida em razão d o seu péssimo estado de conservação e em 1946, a nova Igreja do Rosário foi inaugurada. Em estilo barroco tardio, tem a fachada em azulejos, originais da antiga capela. Enfeitam suas paredes os passos da Paixão em azulejaria recente, em estilo português. Em sua entrada está o túmulo do Monsenhor Celso, pároco da cidade e cura da Catedral por 21 anos, falecido em 1931.

Mesquita de Curitiba


ROTEIRO

Solar do Barão e Solar do Rosário reforçam charme cultural

Se sobrar tempo a dica é se aventurar pelo Memorial de Curitiba (ao lado do Bar do Alemão), Casa Romário Martins (poucos metros abaixo do Alemão), Catedral de Curitiba e se sobrar fôlego ainda o Solar do Barão, que fica no lado oposto da Catedral, mas que abriga importantes e tradicionais centros artísticos: Museu da Gravura Cidade de Curitiba, Museu da Fotografia Cidade de Curitiba, Centro de Documentação e Pesquisa Guido Viaro, Gibiteca, Sala SCABI, Loja da Gravura, entre outras opções.o Solar do Rosário, um espaço particular de arte e cultura. O local abriga Café e livraria, galeria de arte, restaurante, casa de chá e jardim de esculturas. Conta com extensa grade de cursos, oficinas e ateliês, além de ser palco de palestras, lançamentos de livros e eventos culturais. A casa onde está o Solar do Rosário foi construída no final do século XIX e é um imóvel catalogado como bem de preservação histórica da cidade.

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