Uma espécie de ginástica com dança, praticada em barras verticais, o pole dance começa a ganhar espaço. Embora tenha surgido nos anos 1980 na Inglaterra, a modalidade só chegou em 2008 ao Brasil, onde ainda sofre com os estereótipos ligados à sensualidade e às boates. Aos poucos, no entanto, o esporte vem se profissionalizando e derrubando os preconceitos, firmando-se como um esporte de competição e que agora briga para ser inserido nos Jogos Olímpicos.

Em Curitiba, uma das provas de que o pole dance já pode ser considerado um esporte fica no bairro Mercês, mais precisamente na rua Desembargador Hugo Simas, 1948, loja 4. No endereço funciona a academia Espaço Mulher, criada pela dançarina Michelle Follador, onde são ofertadas aulas das duas vertentes do pole dance: o exotic pole, que aceita a dança de maneira sensual e acrobática, e o pole dance fitness, carro-chefe da casa, que trabalha toda a musculatura do corpo, tonificando os músculos, reduzindo a gordura e ganhando massa magra.

O Pole Dance é uma ginástica com barras verticais e não horizontais. É um trabalho acrobático, de flexibilidade, dança, explica Michelle. É um trabalho isométrico, com posturas estáticas, o corpo inteiro fica contraído e a musculatura fica bem encaixada. Fazemos um trabalho progressivo, complementa. Com a técnica, é possível tonificar os bíceps, abdômen pernas e glúteos, trabalhando também a musculatura da região pélvica. A cada aula se perde entre 350 e 400 calorias.

Mas além de ajudar o corpo, o pole dance também ajuda a mente. Não à toa, um número cada vez maior de mulheres busca o esporte como uma forma de melhorar a autoestima.

Como hoje o esporte está mais difundido, elas procuram para o corpo, melhorar a autoestima, a sensualidade. É bem-estar físico e mental, afirma Michelle, que também oferece aulas de dança sensual e autoestima (suspensas por conta de sua gravidez e, agora, pelo nascimento do Guilherme Augusto, que veio ao mundo ontem às 10h35). Minha ênfase maior é trabalhar a autoestima, gosto de trabalhar a parte mental. É muito legal quando uma aluna nova alcança o teto (que fica a 4,72 metros do chão). É uma gritaria, muita alegria, porque ela conquistou algo que não achava que seria possível.

Nascimento de filho faz professora parar, por ora

Quando nossa equipe de reportagem foi visitar Michelle em sua academia, anteontem, ela já estava com 37 semanas e dois dias de gravidez. Ontem, às 10h35, ela deu à luz Guilherme Augusto, que nasceu com 3 quilos e 370 gramas.

O parto foi natural e feito em sua casa com o suporte do Quatro Apoios, formado por um grupo de enfermeiras obstétricas que ajudam na realização de parto domiciliar planejado.

Michelle, no entanto, faz questão de ressaltar que a prática do pole dance não é algo recomendado durante a gestação. Como pratico desde 2008, tenho o corpo preparado para isso e meu médico me liberou a praticar o pole dance. Mas como deve evitar atividade de risco e impacto, eu mesma preferi dar uma parada e deixei de praticar assim que descobri a gravidez. Já aula eu dei até 20 de dezembro, afirma a dançarina e empresária.

Não damos aulas para gestantes. Até já teve uma mulher grávida que entrou em contato, mas daí expliquei para ela que não oferecíamos essas aulas por conta dos riscos e recomendei para ela a prática do yoga e do pilates, finaliza a professora Michelle que, por ora, dará um tempo no pole dance.