BRUNA FANTTI E ISABELA DIAS
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma série de roubos e furtos provocou vários focos de tumulto e brigas ao longo do bloco Cordão da Bola Preta neste sábado (6), no centro do Rio.
Por dez minutos, já na parte final do desfile, a banda chegou a parar de tocar até que a tranquilidade fosse restabelecida.
Em outro incidente, houve uma interrupção porque alguns foliões arremessaram cubos de gelo na direção do trio e atingiram integrantes da banda.
Até a publicação desta reportagem ainda não havia registro de feridos.
Segundo balanço da Polícia Militar, divulgado na noite deste sábado, seis pessoas foram detidas durante a passagem do bloco por crimes como desacato, agressão, roubo e furto.
Policiais do 4ª DP, no centro, tinham informado mais cedo que foram registrados 60 casos de roubos e furtos.
RECORDISTA
Fundado em 1918, o Cordão da Bola Preta é o bloco recordista de público no Rio de Janeiro e foi a principal atração deste sábado (6) com um desfile pelas ruas do centro.
Segundo estimativa da Riotur (empresa de turismo da prefeitura), 1 milhão de pessoas acompanharam a tradicional banda do bloco, que começou a tocar pouco depois das 10h e encerrou sua apresentação por volta das 14h.
Com fantasias nas cores preto e branco, a multidão se concentrou em frente ao Centro Cultural Banco do Brasil e logo tomou as escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na rua 1º de março.
Em função das obras públicas em curso na avenida Rio Branco, o percurso pelo centro da cidade foi alterado.
Com bom humor, as fantasias dos foliões fizeram referência à corrupção e também ao vírus da zika.
Às vésperas de completar 74 anos, Maria de Lourdes Pereira da Silva frequenta frequenta o Cordão há 13 anos.
Com a marchinha “Quem não chora não mama na ponta da língua”, a veterana levou para o desfile aquele que considera seu símbolo da sorte, um galo chamado Frederico, homenagem ao atacante do Fluminense Fred.
O bom humor reinou ainda em fantasias como a de Ricardo Marinho, 51, que recortou um círculo em sua camiseta branca perto da barriga, que contrastou com sua pele negra, fazendo uma alusão ao nome do bloco.
“O Carnaval só começa com o Bola Preta. Que outro bloco arrasta 1 milhão de pessoas?”, comentou Marinho.
Para escapar do tumulto, que costuma ser mais frequente na parte final do bloco, alguns foliões optaram por voltar mais cedo para casa.
“O segredo é chegar bem cedo, curtir bastante e ir embora quando começa a ficar lotado”, disse a carioca Regina Célia Tomé, 59, que desfila há mais de dez anos no Cordão do Bola Preta.
OUTROS BLOCOS
Até quarta-feira, cerca de 380 blocos devem somar mais de 2,6 milhões de foliões no Carnaval de rua da cidade, segundo estimativa da Riotur.
“Céu na Terra”, em Santa Teresa, e “Bloco da Favorita”, em Copacabana, foram outros dois destaques entre os 91 blocos autorizados a desfilar neste sábado.
Neste domingo, outros 89 blocos desfilam pelas ruas do Rio.