O desfile de blocos e escolas de samba animou a Avenida Marechal Deodoro, na noite de sábado (6). Cerca de 15 mil pessoas acompanharam as apresentações de quatro blocos e sete agremiações.

O aquecimento dos foliões começou às 18 horas. O desfile foi aberto pelo bloco Afoxé, que reuniu integrantes dos terreiros de umbanda e candomblé de Curitiba e, tradicionalmente, é responsável pelo ritual de “purificação” da avenida para garantir bons fluídos para a festa. Na sequência, o bloco Unidos de Judá exaltou o poder de transformação de Deus e o Derrepent lembrou a repressão à mobilização dos professores em 29 de abril no Centro Cívico.

O tradicional Rancho das Flores, formado por idosos que participam dos grupos de convivência da Fundação de Ação Social (FAS), foi o último bloco a desfilar, homenageando a dupla caipira Nhô Belarmino e Nhá Gabriela. “O desfile foi perfeito. Esse momento é esperado o ano inteiro por essas pessoas. A alegria delas é contagiante. É muito gratificante”, afirmou a presidente da FAS, Márcia Oleskovicz Feuet, que desfilou no bloco.

O prefeito Gustavo Fruet acompanhou a festa e destacou que a volta dos desfiles para a Marechal Deodoro, desde 2014, garantiu melhor acesso, mais limpeza e mais segurança aos foliões. “O carnaval gera receita, forma músicos e incentiva um público que espera o ano todo por esse evento. Mexe com gerações e gostos musicais diferentes”, diz Fruet.

Estima-se que cerca de 200 mil pessoas tenham participado dos eventos do pré-carnaval e das festas durante os dias de folia. “Recuperar o carnaval de Curitiba, implicou em diversificá-lo. Fazemos vários tipos de ação, com muito público e cada ano com mais qualidade. O resultado é excelente”, avalia o presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Marcos Cordiolli.

Entre os espectadores da festa estava a família de Ricardo e Ângela Oliveira, que mudou-se para Curitiba há um ano, vinda do Rio de Janeiro. “O carnaval do Rio é turístico e aqui é para o curitibano. Estamos gostando de ver a animação das pessoas. Dá para curtir com a família”, diz Ricardo.

Escolas de samba
As escolas de samba entraram na avenida a partir das 20h55, quando desfilou Império Real de Colombo, seguida por Imperatriz da Liberdade, ambas disputando acesso no Grupo Especial. A Império desfilou com o enredo “Muito prazer. Eu sou o povão!” e a estreante Imperatriz da Liberdade levou os orixás para a passarela com o tema “Sou sua flecha, sou a força do teu arco… Senhor da floresta, rei caçador”.

Os desfiles do grupo Especial foram abertos pela Internautas, seguida por Embaixadores da Alegria e Leões da Mocidade. Os foliões homenagearam a Olímpiada no Brasil, falaram de jogos e lembraram ícones do cinema. “Sempre gostei de carnaval. É muito bom participar da festa de rua. Dá uma batida forte no coração e a gente esquece de tudo. É só alegria, satisfação, tudo de bom”, celebra a dona de casa Ana Paes da Rosa, que desfilou na ala das baianas da Internautas.

A vice-campeã de 2015, a Acadêmicos da Realeza, foi a quarta escola do Grupo Especial a desfilar com o enredo “Imperium dai a César o que é de César e a Curitiba damos a Realeza”, relatando as conquistas do homem ao longo da história. A bicampeã do carnaval curitibano, a Mocidade Azul, fechou o desfile relembrando a infância com o tema “Sou bobo mas sou feliz”.

Resultado
A apuração das notas dos desfiles das Escolas de Samba será feita neste domingo (7), no Memorial de Curitiba, a partir das 15 horas. A última colocada do Grupo A será rebaixada para o Grupo B em 2017. Já a escola de samba campeã do Grupo B terá garantido o acesso ao Grupo A no ano que vem.

Os quesitos avaliados pelos jurados serão bateria, fantasia, mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente, alegorias e adereços, samba enredo, harmonia, enredo, conjunto e baianas.