SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Conselho de Segurança da ONU condenou neste domingo (7) o lançamento de um foguete pela Coreia do Norte e afirmou que irá adotar “medidas significativas” em resposta às violações das resoluções da ONU pelo governo de Kim Jong-un, segundo informou o embaixador da Venezuela na ONU.

“Os integrantes do Conselho de Segurança condenaram fortemente o lançamento do foguete”, disse o embaixador venezuelano Rafael Dario Ramirez Carreno. Segundo ele, o lançamento foi “uma séria violação das resoluções do Conselho de Segurança. Poucas horas depois do anúncio, a Coreia do Sul e os Estados Unidades anunciaram o início de negociações para instalar um sistema antimísseis -o THAAD, um dos mais modernos do mundo- em solo sul-coreano.

O lançamento do foguete na base de Dongchang-ri, noroeste do país, ignorou as resoluções da ONU e as advertências das grandes potências. A ação ocorreu um mês depois de a Coreia do Norte ter promovido o seu quarto teste nuclear. A colocação do satélite em órbita não pôde ser confirmada, mas uma fonte de defesa dos Estados Unidos disse que parece “haver algo novo que chegou ao espaço”.

PROVOCAÇÃO — “Os programas de mísseis e armas nucleares da Coreia do Norte representam sérias ameaças aos nossos interesses” e “à segurança de alguns de nossos aliados”, disse em Washington a assessora de Segurança Nacional da Casa Branca, Susan Rice. Em Seul, o tenente general Thomas Vandal, comandante do 8º Exército dos Estados Unidos, com sede na Coreia do Sul, disse em companhia de um funcionário sul-coreano que era “hora de avançar” nas negociações de instalação de um sistema antimíssil.

“Decidiu-se abrir oficialmente as negociações sobre a possibilidade de instalar um THAAD como um marco dos esforços para reforçar a defesa antimísseis da aliança Coreia do Sul – EUA”, anunciou Ryu Je-Seung, responsável pelo Ministério de Defesa sul-coreano. Em Pequim, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Hua Chunying, manifestou seu “pesar pela insistência da República Popular da Coreia em realizar lançamentos de mísseis mesmo com a forte oposição internacional”.

A Coreia do Norte “tem direito ao uso pacífico do espaço, mas este direito esta limitado pelas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, acrescentou Hua Chunying. A Rússia, por sua vez, condenou o lançamento dizendo que era um duro golpe para a segurança regional. “Pyongyang ignorou os apelos da comunidade internacional e voltou a violar as normas internacionais”, disse um comunicado do Ministério de Relações Exteriores russo.

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe classificou o lançamento como “absolutamente intolerável” e uma “clara violação” das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que proibiu Pyongyang de fazer testes com mísseis intercontinentais. Por sua vez, a presidente sul-coreana Park Geun-Hey, em mensagem transmitida pela televisão, disse que “o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve adotar rapidamente medidas punitivas severas”. A Grã-Bretanha também condenou firmemente o lançamento e a França pediu uma resposta “rápida e severa” do Conselho de Segurança da ONU, que se reunirá com urgência neste domingo a portas fechadas, a pedido dos Estados Unidos, da Coreia do Norte e do Japão.