KLEBER NUNES RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – Despedidas nem sempre são tristes. O até logo dos pernambucanos e turistas ao Carnaval, por exemplo, foi com muita alegria, apesar da saudade. Piratas, palhaços, reis, índios, super-heróis, as fantasias eram várias, mas o caminho nesta terça-feira (9), foi apenas um: o Recife Antigo. Pelas ruas que guardam a arquitetura de séculos passados e sob os trilhos dos antigos bondes, dezenas de blocos e grupos de maracatu faziam os últimos arrastões. “Tem que aproveitar cada segundo. Só de pensar que outra emoção dessa só em 2017 dá uma dor no coração”, afirmou a engenheira, Mariana Duarte, 30. No principal palco da folia recifense, na praça do Marco Zero, muito frevo para celebrar o dia dedicado ao ritmo. Céu sem nuvens, ventos, mas a temperatura era quente no meio da multidão. Crianças, jovens e idosos tentavam a todo custo retardar a chegada da “quarta-feira ingrata”. Missão assumida pelos artistas e agremiações que desde às 17h se revezam no palco. A cada música tocada parecia que a folia, na verdade, estava começando. Sombrinhas de frevo eram agitadas no ar e ninguém conseguia ficar parado. Foi com essa disposição que as grandes atrações da última noite do Carnaval recifense, Alceu Valença e Elba Ramalho encontraram o público. Os cantores, então, levaram os resistentes madrugada a dentro até os primeiros raios de sol da Quarta-feira de Cinzas. E quando finalmente parecia que ia acabar, por mais um ano, milhares de foliões incansáveis amanheceram no tradicional arrastão do frevo, percorrendo as principais ruas do Recife Antigo até as 6h.