SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo da Coreia do Sul começou nesta quinta-feira (11) a repatriar seus cidadãos que trabalham no complexo de Kaesong, na Coreia do Norte, um dia depois de ordenar o fechamento do complexo industrial intercoreano, em resposta ao lançamento de um foguete por parte do regime de Kim Jong-un no último domingo (7).
Para o governo de Seul, a ação dissimulou um teste de mísseis.
Em retaliação, o regime de Pyongyang disse que a suspensão das atividades em Kaesong é uma declaração de guerra e declarou o complexo industrial como uma zona militar controlada. Além disso, prometeu expulsar os trabalhadores sul-coreanos do parque industrial.
O governo da Coreia do Sul estima que, dentro de uma semana, todos os sul-coreanos que trabalham no complexo tenham retornado a suas casas. Nesta quinta, funcionários do sul ainda entravam e saiam de Kaesong, e caminhões retiravam equipamentos e maquinário do complexo industrial.
Kaesong abriga 124 empresas sul-coreanas e proporciona emprego a cerca de 53 mil norte-coreanos, que recebem, em média, salários de cerca de US$ 150 por mês. O montante é pago ao governo norte-coreano, que repassa cerca de 20% desse valor aos cidadãos em forma em cupons e moeda local.
Para a empobrecida Coreia do Norte, o complexo é uma importante fonte de divisas, fornecendo ao governo milhões de dólares por ano, pelas deduções dos salários de seus operários.
Segundo o governo de Seul, as divisas que Kaesong proporciona a Pyongyang “não deveriam servir para o desenvolvimento de armas de destruição em massa, quando a comunidade internacional está pressionando para endurecer as sanções sobre a Coreia do Norte”.
Apesar disso, a Coreia do Sul diz estar aberta à possibilidade de reabrir o complexo industrial, caso as relações bilaterais melhorem.
Em 2013, o complexo de Kaesong ficou fechado por cinco meses, quando, em desafio à ONU, Pyongyang fez seu terceiro teste nuclear.