PAULA REVERBEL
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (11) que os responsáveis pela máfia da merenda serão punidos independentemente do partido a que pertencem.
“Olha, em São Paulo, a apuração é séria. Quem for culpado vai ser punido, independentemente de partido político. Quem for inocente vai ser absolvido, independentemente de partido político”, disse em entrevista na cidade de Suzano, na Grande São Paulo.
A Operação Alba Branca investiga desvio de dinheiro público destinado a merendas escolares. De acordo com as investigações, cooperativas que atuam com agricultura familiar superfaturavam itens da merenda fornecidos em contratos com municípios e com o Estado. A Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) pagava propina a funcionários de prefeituras e chefes políticos em troca de contratos. O superfaturamento chegava a 30% dos contratos, e atingiu ao menos 22 municípios paulistas.
O caso também lançou suspeitas sobre duas secretarias do governo Alckmin -Casa Civil e da Educação. Também foram citados nas investigações o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Fernando Capez (PSDB), o secretário tucano Duarte Nogueira (Logística e Transportes) e o presidente estadual do PMDB, deputado federal Baleia Rossi.
MOITA
O diretório estadual do PSDB começou a investigar o ex-chefe de gabinete do secretário Edson Aparecido (Casa Civil), Luiz Roberto dos Santos, o “Moita”.
Filiado ao PSDB, Moita foi pego em grampo pedindo dinheiro a integrantes da suposta quadrilha da merenda. Ele foi demitido da Casa Civil na véspera da deflagração da Operação Alba Branca.
O presidente do PSDB de São Paulo, deputado Pedro Tobias, pediu na semana passada que o Conselho de Ética do diretório estadual do partido abra um procedimento disciplinar interno para apurar as acusações de desvio de conduta imputados ao ex-chefe de gabinete.
As investigações já estão em andamento e a primeira reunião do conselho será na segunda-feira (15). Dependendo do que for concluído, o caso poderá chegar aos diretórios e à executiva da legenda.
De acordo com Edson Aparecido, o governo também pediu à Corregedoria que apure a conduta de Moita.