SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Arrolado como testemunha de defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, o ex-presidente Lula vai depor pela primeira vez na Operação Lava Jato em 14 de março.
A data foi marcada pelo juiz Sergio Moro, responsável condução das ações referentes à operação em primeira instância.
O depoimento do ex-presidente será por videoconferência, por isso não será necessário que ele viaje até a sede da Justiça federal, em Curitiba (PR).
Assim como é norma em todos os depoimentos da Lava Jato, a oitiva de Lula também será pública. No entanto, a defesa do petista poderá pedir que seu rosto não seja filmado para preservar a imagem dele. Nesse caso, o vídeo conterá apenas a voz do ex-presidente -como já ocorreu com outros depoentes.
O petista falará ao juiz Moro um dia após as manifestações que estão sendo convocadas pelo país por grupos pró-impeachment.
Preso desde outubro em Curitiba, Bumlai afirmou em depoimentos a Polícia Federal que Lula não teve envolvimento em negócios relativos à Petrobras. Ele confirmou que é amigo pessoal do ex-presidente, mas que nunca se beneficiou dessa relação no âmbito comercial.
NAVIO-SONDA
Bumlai também admitiu ter fraudado um empréstimo de R$ 12 milhões contraído em 2004 que teve o PT como destinatário final, mas isentou Lula da negociação.
Os investigadores da Lava Jato acreditam que em troca do empréstimo a Schahin obteve um contrato de cerca de IS% 1,5 bulhão para operar o navio-sonda Vitória 10.000. A revelação foi feita por um dos donos do grupo, Salim Schahin, em acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.
Tanto o partido quanto e Bumlai negam vínculo entre o contrato e o empréstimo junto ao banco Schahin.