LUCIANO TAVARES
RIO BRANCO, AC (FOLHAPRESS) – O ministro da Cultura, Juca Ferreira, defendeu neste sábado (13) , que mulheres tenham a opção do aborto em casos de fetos com microcefalia. A declaração ocorreu em Rio Branco (AC), durante a campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da zika, doença que pode ter relação com os casos de microcefalia.
“Eu pessoalmente acho que tem que ser revista a rigidez em relação ao aborto, porque você não pode obrigar uma mãe, uma família, a ter um filho com microcefalia. Sou favorável a uma revisão das regras atuais para que a mulher possa optar por um enfrentamento desse tipo. Mas essa é uma posição pessoal. O governo ainda não tem uma posição sobre isso”, disse o ministro, ao ser questionado por jornalistas sobre sua posição sobre o tema.
No início de fevereiro, em meio à epidemia de zika, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos já havia defendido que os direitos reprodutivos da mulher fossem garantidos, incluindo a descriminalização do aborto.
A ação de combate ao mosquito ocorreu em mais de 350 cidades do país e contou com 220 mil integrantes das Forças Armadas, além da presença de ministros em diversos municípios. No Acre, a ação aconteceu na Praça da Juventude, no bairro Cidade Nova, em Rio Branco. Além de Juca Ferreira, estavam presentes o prefeito da capital acreana, Marcus Alexandre (PT), e o governador, Tião Viana (PT).
Até o mês de fevereiro, o Acre registrou 106 casos suspeitos do vírus da zika. O maior número está na capital, com 105 casos –o outro foi registrado em Brasileia (a 220 km de Rio Branco). Todos que atenderam aos sinais e sintomas de caso suspeito seguem em investigação epidemiológica e laboratorial.
Sobre os casos de microcefalia, de dezembro de 2015 a janeiro de 2016, foram notificados 19 casos da doença na Maternidade Bárbara Heliodora, na capital acreana. Em relação a dengue, dados do Ministério da Saúde revelam que o Acre tem 53,4 casos para cada 100 mil habitantes. O estado é o oitavo no ranking em incidência da doença. No ano passado, no mesmo período, o Acre ocupava o primeiro lugar da lista, com 217, 5 casos.