A velocidade com que as crianças crescem e perdem roupas sempre foi um desafio para o orçamento familiar. E em ano de recessão econômica, mais alta do dólar, esse problema pode se tornar um vilão da economia doméstica. Mas, as crianças não param de crescer. A solução, então, pode estar no site Retroca, que trabalha com venda de roupas infantis de seminovas e usadas.

Criada especificamente para resolver essa equação, o Retroca é uma plataforma online colaborativa de roupas e acessórios infantis (0 a 12 anos) que oferece desconto médio de 70% frente varejo tradicional desses produtos. Lançado em março de 2013, o site trabalha com produtos comprados basicamente de moradores da região Sul e Sudeste. Nossos mercados mais significativos são, por ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais, explica um dos sócios-proprietários do Retroca, Cai Etsuo Sagae.

A vantagem competitiva é resultado de seu modelo de negócio: o site compra no mercado peças com pouquíssimo ou sem qualquer uso – muitas mantém ainda a etiqueta original ou vieram direto dos fabricantes –, e então as revende por preços bastante convidativos. Na loja virtual há milhares de itens de marcas nacionais e importadas, em diversos tamanhos.

Atualmente, cerca de 3.000 peças são vendidas por mês. E segundo cálculos da empresa, os clientes já economizaram cerca de R$ 2 milhões com os descontos dados. A expectativa é que o site cresça até cinco vezes em 2016.

Diferente de portais de compra coletiva ou similares, o Retroca controla toda a operação, desde a logística até o suporte pós-venda. Mas o principal atributo é o seu trabalho de curadoria, mantido com rigor para assegurar que todas as peças em oferta estejam em excelente estado.

 Ao dar uma segunda chance a peças com longa vida útil pela frente, as pessoas não contribuem apenas com suas finanças, mas ajudam de modo fundamental o meio ambiente, poupando recursos e evitando descartes desnecessários, diz  Pedro Romi, sócio do Retroca.

EMPRESA PEGA PEÇAS NA CASA PARA VENDER
Além da economia que os pais podem fazer ao comprar os produtos no site, aqueles que tiverem peças para vender podem entrar em contato com a equipe do site. Sagae explica a logística usada. Nós enviamos aos interessados uma sacola, com capacidade para até 60 itens, com o valor da remessa pelos correios já paga, conta. A única exigência é que sejam, no mínimo, 20 peças para valer o valor do frete de envio da sacola.

Como a análise das peças é feita pela equipe do Retroca, a fim de manter a qualidade das peça. Este processo demora sete dias úteis. Depois deste período, um e-mail com as informações sobre as peças, com os preços pagos por cada  uma, e também aquelas que não terão condições de serem vendidas, é encaminhado ao vendedor, que pode decidir se querem as peças descartada de volta ou de autorizam a doação às instituições parceiras.

Sagae revela que o valor paga poderá ser pago de dois modos. Ou o vendedor transforma o valor em créditos para serem usados para compras no site ou passa as informações da conta bancária para que o depósito seja feito, explica. Para o caso da opção por compras no site, Sagae afirma que os créditos tem um valor 20% maior. Já para o caso da opção para o crédito em conta, o prazo é de 20 dias.

Investimento — Pedro Romi e Caio Sagae, que trabalhavam em um banco de investimentos, revelam que buscaram a ideia de sites internacionais.  Nós usamos a ideia de sites de troca que existem nos Estados Unidos para criar o Retroca, conta Sagae.

O investimento inicial foi de R$ 100 mil, mas, nos anos seguintes foram feitos mais  aportes financeiros necessários para e estruturar o negócios. A respeito do retorno do investimento, os sócios afirmam que deve ser de longo prazo.

Embora trabalhem com roupas novas e seminovas, os empresários não gostam de usar o termo brechó para se referir ao Retroca. Nós temos uma curadoria das peças que são vendidas  que garante a qualidade delas, o que nem sempre ocorre com os itens vendidos nos brechós físicos. argumenta.

Além disso, Sagae ressalta que os produtos vendidos têm  a avaliação feita também para informar o comprador sobre o estado da peça que está sendo vendida. As peças que contêm pequenos defeitos ou manchas são vendidas por preços ainda menores. Mas tais defeitos ou manchas são informados no próprio anúncio da peça, com detalhes sobre o tipo do defeito e localização, conta Sagae.