ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – A taxa de desemprego nos EUA atingiu 5% em março, o equivalente a 8 milhões de pessoas em busca de uma posição no mercado. Em janeiro e fevereiro esse índice havia ficado em 4,9%. No mês, o país criou 215 mil postos de trabalho. As novas vagas vieram sobretudo no comércio de varejo, na construção e na saúde.

Os setores de indústria e mineração tiveram baixa. Analistas veem com otimismo os dados, divulgados nesta sexta (1) pelo Departamento do Trabalho, que seriam um sinal de resiliência da economia americana diante da crise internacional. No começo da semana, a presidente do Fed (o Banco Central dos Estados Unidos), Janet Yellen, disse que, nos últimos dois anos, o mercado de trabalho no país tem crescido “consideravelmente mais rápido” do que previsto. Pediu, contudo, cautela devido às preocupações com a economia mundial, sobretudo em relação à desaceleração da expansão chinesa.

A fala de Yellen foi encarada como um freio temporário na esperada elevação dos juros americanos, que seria um efeito colateral provável diante da economia estável no país. No mês passado, o Departamento do Comércio também entregou boas notícias: revisou para cima o PIB anualizado do último trimestre de 2015, em 1,4%, o dobro do estimado de primeira. A expansão da economia no ano inteiro foi de 2,4%.

 

RENDA

Os dados divulgados nesta sexta mostram que o salário médio também subiu: foi a US$ 25,43 a hora, 7% a mais em relação a fevereiro (que teve baixa de 2% nesse número). Uma coisa não mudou: trabalhadores do setor privado trabalharam, em média, 34,4 horas por semana. Em março, 63% dos americanos participaram do mercado de trabalho.

Em setembro, eram 62,4%, nível mais baixo desde 1977. Para se ter uma ideia: janeiro de 2000 teve o pico de americanos empregados (67,3%), e o índice mais baixo foi em dezembro de 1954 (58,1%) -os dados são computados de 1950 para cá. Um número menos positivo: trabalhadores em postos de meio período ou desencorajados a procurar emprego são agora 9,8%, a taxa mais baixa desde 2008. Em fevereiro, eram 9,7%.