Uma em cada cinco cidades brasileiras já conta com salas ou comitês municipais de coordenação e controle para o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika. Em todo país, 1094 municípios implantaram seus centros, sendo que 143 (64%) estão dentro dos 223 locais com incidência de dengue igual ou maior de 100 casos por 100 mil habitantes, e com população igual ou superior a 50 mil, e também nas capitais. O espaço local possibilita a ampliação de estratégias de enfrentamento ao mosquito e qualifica as informações sobre as visitas aos imóveis para identificação, orientação e eliminação de focos.
A criação das Salas ou Comitês Municipais é uma das diretrizes da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC), instituída em dezembro do ano passado, pelo Governo Federal, para organizar e coordenar as estratégias de combate ao Aedes. A expectativa é que as versões municipais intensifiquem a articulação intersetorial e a organização das ações de combate ao vetor, realizando o planejamento e a coordenação das equipes, além da distribuição e a aplicação de insumos nas visitas realizadas, como larvicidas.
Esses centros também atualizam as informações sobre a mobilização; remetem os dados das visitas às salas estaduais, além de envolverem diversos setores da sociedade no enfrentamento ao mosquito. Para a coordenadora da Sala Nacional, Marta Damasco, a composição dos espaços municipais deve ser abrangente, estimulando maior intersetorialidade e integração com representações da comunidade. Quanto mais entidades se unirem às salas, mais enriquecedor será o trabalho. Queremos envolver os serviços de limpeza urbana, as companhias de água e tratamento de esgoto, o setor de transportes, todos devem se mobilizar., conclui.
Assim como as Salas Nacional e Estaduais, as unidades municipais têm a participação de representantes do Poder Executivo, das Secretarias de Saúde, de Educação e de Assistência Social, da Defesa Civil, da companhia de limpeza pública, dentre outros. A coordenação da Sala Nacional orienta, também, que sejam ainda incorporados membros da sociedade organizada. Estatais como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, por exemplo, apoiam fortemente as atividades, cedendo espaços físicos nos municípios pequenos onde não há local para as reuniões.
MOBILIZAÇÃO
A melhor forma de combater o Aedes aegypti é não deixar o mosquito nascer. Por isso, o governo federal convocou um esforço nacional para que todas as casas do país sejam visitadas para eliminação dos criadouros. No contato constante com a população, os agentes de saúde desenvolvem ações com os moradores e intensificam cuidados permanentes para evitar depósitos de água nas residências. Esse é um trabalho que precisa ser regular, ter continuidade o ano todo e envolver toda a comunidade, especialmente cada família deve vistoriar seu domicílio e quintal semanalmente, destaca Neilton Oliveira, Secretário Executivo Adjunto do MS.
VISITAS
Nas duas primeiras semanas de abril, terceiro ciclo da campanha contra o vetor, as equipes de combate ao mosquito Aedes aegypti já alcançaram 8,49 milhões de imóveis brasileiros, conforme o novo balanço da Sala Nacional, concluído às 17h25 da última quinta-feira (14/4).
No Paraná foram realizadas 294.913 visitas neste período, um total de 7,90% do percentual de residências. Em todo o estado, os agentes encontraram 52.028 fechadas ou em que os donos recusaram a vistoria.
Foram 6,9 milhões de domicílios, prédios públicos, comerciais e industriais efetivamente vistoriados, além de 1,5 milhões de estabelecimentos que estavam fechados ou houve a recusa para acesso. Do total de municípios brasileiros, 3.025 registraram as visitas ao Sistema Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR). Cinco estados ainda não inseriram os dados: Amazonas, Amapá, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
Em todo o país, as visitas aos imóveis contam com a participação permanente de 266,2 mil agentes comunitários de saúde e 49,2 mil agentes de controle de endemias, com apoio de aproximadamente 5 mil militares das Forças Armadas. Juntam-se, ainda, profissionais de equipes destacados pelos estados e municípios, como membros da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
UF | Base de imóveis | Total de visitas realizadas | Percentual de visitas realizadas | Total de imóveis vistoriados | Imóveis fechados ou recusados |
Total | 67.097.881 | 8.490.702 | 12,65% | 6.910.960 | 1.579.742 |
AC | 213.679 | 4.589 | 2,15% | 4.513 | 76 |
AL | 890.930 | 143.525 | 16,11% | 115.955 | 27.570 |
BA | 4.440.393 | 890.225 | 20,05% | 785.249 | 104.976 |
CE | 2.495.573 | 276.315 | 11,07% | 263.885 | 12.430 |
DF | 930.622 | 40.553 | 4,36% | 34.307 | 6.246 |
ES | 1.348.991 | 262.047 | 19,43% | 195.038 | 67.009 |
GO | 2.343.397 | 322.692 | 13,77% | 266.961 | 55.731 |
MA | 1.477.966 | 255.474 | 17,29% | 233.071 | 22.403 |
MT | 1.047.747 | 82.287 | 7,85% | 75.350 | 6.937 |
PA | 1.840.433 | 370.820 | 20,15% | 301.186 | 69.634 |
PB | 1.177.843 | 290.606 | 24,67% | 264.900 | 25.706 |
PE | 2.833.053 | 112.073 | 3,96% | 93.707 | 18.366 |
PI | 841.957 | 67.996 | 8,08% | 66.881 | 1.115 |
PR | 3.734.729 | 294.913 | 7,90% | 242.885 | 52.028 |
RJ | 6.738.009 | 780.795 | 11,59% | 623.205 | 157.590 |
RN | 1.030.466 | 248.528 | 24,12% | 211.733 | 36.795 |
RO | 474.400 | 85.200 | 17,96% | 81.356 | 3.844 |
RR | 135.171 | 29.026 | 21,47% | 24.998 | 4.028 |
RS | 4.136.361 | 562.770 | 13,61% | 490.346 | 72.424 |
SE | 611.386 | 165.473 | 27,07% | 130.964 | 34.509 |
SP | 16.328.957 | 3.062.271 | 18,75% | 2.271.305 | 790.966 |
TO | 447.460 | 142.524 | 31,85% | 133.165 | 9.359 |