BRUNO VILLAS BÔAS RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) decidiu melhorar as condições de refinanciamento de seus empréstimos para que as empresas possam “atravessar o período atual, de dificuldade no cenário econômico”. Em nota nesta terça-feira (19), o banco informou que a medida inclui diversas modalidades de crédito, mas que o objetivo seria dar fôlego financeiro “especialmente às [empresas] de menor porte”.

O refinanciamento ocorre apesar de a inadimplência do BNDES ser a menor do sistema financeiro. No fim do ano passado, o índice estava em apenas 0,06%. No fim do ano anterior, era de 0,01%. O banco já havia anunciado em fevereiro que reduziria os juros de operação de capital de giro e exportações, além do refinanciamento do PSI (Programa de Sustentação do Investimento). Agora, além do PSI, incluiu outras operações de refinanciamento de crédito.

Os portadores do cartão BNDES, por exemplo, poderão refinanciar em até 48 meses (com 12 meses de carência) o saldo devedor de suas operações de crédito. O cartão é voltado para micro, pequenas e médias empresas. Neste caso, o banco cobra a TJLP (juros de longo prazo) de 7,5% ao ano, mais uma taxa de 3,5% do BNDES e de até 7% do agente financeiro (banco que repassa o recurso). Foram 746 mil operações pelo cartão em 2015, com desembolso de R$ 11,2 bilhões. Segundo o BNDES, os empréstimos pelo programa BNDES PSI sem atraso poderão ser refinanciados pela TJLP.

Antes, esse refinanciamento era feito pela taxa básica de juros, a Selic, hoje em 14,25% ao ano. Já os empréstimos do BNDES PSI e BNDES Procaminhoneiro que tiveram até seis prestações vencidas poderão ser refinanciadas em até 18 parcelas. “Antes, era possível refinanciar compra de ônibus e caminhões (limitada a três parcelas atrasadas). Agora, também podem ser refinanciadas máquinas e equipamentos”, informou o banco em comunicado. Todas essas linhas beneficiadas são da chamada modalidade indireta, pela qual o BNDES repassa seus recursos via bancos comerciais. As condições para a tomada de capital de giro também foram melhoradas, com juros reduzidos.

O custo mais baixo cobrado pelo BNDES, para as micro e pequenas empresas, foi reduzido de 11,59% para 10,20% ao ano. Segundo o banco, o resultado das medidas anunciadas será acompanhado, como o nível de emprego nas empresas apoiadas, antes e depois da concessão dos créditos.