O novo informe técnico da dengue, zika e chikungunya divulgado nesta terça-feira (26) pela Secretaria estadual da Saúde aponta mais três municípios em epidemia. Ivatuba, Mandaguaçu e Maringá são as novas cidades do Estado que apresentam mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes. No total, agora são 59 municípios epidêmicos.

O número de casos confirmados no Paraná agora são 38.470 – 4.420 a mais do que na última semana. Dos 399 municípios do Estado, 301 apresentam casos confirmados de dengue nas 22 Regionais de Saúde. Os casos de chikungunya passaram de 50 para 56 em uma semana. Desses, apenas cinco casos são autóctones, ou seja, contraídos dentro do município de residência.

Os casos de zika passaram para 263, com 94 casos importados – confirmados em pessoas que foram contaminadas durante período de viagem de até 15 dias que antecederam o início dos sintomas da doença. Destes, 25 são gestantes.

A atualização dos números de zika colocou, pela primeira vez, dois municípios do Estado em alerta para situação de epidemia: Colorado, na região norte, e Nova Prata do Iguaçu, no sudoeste. No novo boletim, as duas cidades apresentam mais de 100 casos a cada 100 mil habitantes.

 

FORÇA TAREFA

A força-tarefa organizada pela Secretaria estadual da Saúde para o enfrentamento da epidemia de dengue em Paranaguá já está trazendo resultados positivos. Segundo dados levantados pela Prefeitura de Paranaguá, no Centro de Referência à Dengue o número de atendimentos diminuiu 64% comparado à média dos meses de janeiro, fevereiro e março.

O diferencial é que, desta vez, além de intensificar as ações, estamos realizando todas as atividades simultaneamente, explica a chefe da Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte. Ela conta que o trabalho é feito sobre três aspectos principais: vigilância ambiental, vigilância epidemiológica e assistência.

A partir da próxima semana, quando a força-tarefa completa um mês, a equipe inicia a avaliação do trabalho realizado. Avaliaremos a circulação do vírus por meio do monitoramento de notificações e exames positivados. Além disso, vamos instalar armadilhas em 250 pontos da cidade para verificar a presença dos mosquitos alados e continuaremos as visitas em residências para ver se ainda há presença de criadouros, planeja o coordenador da força-tarefa, José Carlos Moraes.

Após essas avaliações, o grupo irá definir a necessidade de repetir todas as etapas já realizadas ou organizar uma nova rotina que garanta o cuidado contínuo e evite que a situação se repita, destaca o coordenador.

FUMACÊ

Uma das ações da força-tarefa envolveu a aplicação de cinco ciclos de fumacê por toda a cidade. Foram sete caminhonetes que passaram por todos os bairros de Paranaguá aplicando o inseticida. O fumacê é utilizado para o combate do mosquito alado, ou seja, já na forma adulta.

Desde o dia 7, já realizamos três ciclos do fumacê em 100% do território. Nesta segunda-feira (25), o quarto ciclo foi iniciado e o último será concluído ainda esta semana. Para os locais em que as caminhonetes não alcançam, 40 homens estão trabalhando com a aplicação do fumacê costal, detalha José Carlos Moraes.

Além do controle do Aedes aegypti adulto, 300 pessoas, entre agentes de saúde, agentes de controle de endemias e voluntários, estão realizando as visitas domiciliares. De acordo com o coordenador, ainda esta semana, 100% dos imóveis de Paranaguá terão sido vistoriados. Para acabar com as larvas do mosquito e não impedir que nasçam, estamos empenhados em remover todos os possíveis criadouros, diz.

MOBILIZAÇÃO

Para abranger grandes espaços privados, como indústrias ou pátios de empresas, foi organizado um grupo para educação em saúde e mobilização social. A equipe se reuniu com presidentes e gestores de grandes instituições da região para elaboração de planos conjuntos para o monitoramento de criadouros nesses locais.

A área assistencial do município também recebeu capacitações. Trabalhamos com a preparação de diversos profissionais da Atenção Primária do município e reorganizamos o fluxo de atendimento dos pacientes com dengue para prevenir novas mortes pela doença, explica o médico da Secretaria da Saúde, Enéas de Souza Filho.

Nesta semana, as capacitações dos profissionais que atuam no controle da dengue também foram intensificadas na região noroeste do Estado. Cerca de 200 profissionais, entre médicos, enfermeiros, epidemiologistas e agentes de saúde das regiões de Cianorte, Umuarama e Paranavaí participaram de reuniões técnicas para troca de experiências e para organizar o fluxo de atendimento às pessoas com suspeita de dengue, zika e chikungunya.

Esses encontros são fundamentais para que tenhamos protocolos de enfrentamento dessas doenças bem definidos e também para formarmos multiplicadores dos conteúdos nas regiões, disse o médico.