SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O comitê que organiza a ocupação da Zona Verde, área fortificada de Bagdá, no Iraque, pediu aos manifestantes que deixem o distrito neste domingo (1º). No sábado (30), centenas de iraquianos apoiadores do influente clérigo xiita Muqtada al-Sadr pularam os muros de concreto da Zona Verde e invadiram o Parlamento, com bandeiras do Iraque em mãos. Área com segurança reforçada, a Zona Verde abriga o palácio presidencial, a maior parte dos ministérios iraquianos e diversas embaixadas estrangeiras, como a dos Estados Unidos.

Uma porta-voz afirmou a jornalistas que os manifestantes saem “de uma posição de força” e em respeito a uma peregrinação xiita que ocorre na capital. Ela afirmou ainda que eles voltariam depois, para continuar pressionando por suas demandas por reforma política.

A invasão ocorreu após fracassar a votação de uma proposta para um novo governo composto por tecnocratas. Há anos, segundo o “The Guardian”, cargos-chave no país são distribuídos de acordo com cotas partidárias. Os congressistas, que se opõem à mudança, adiaram a sessão por falta de quórum.

O clérigo al-Sadr deu entrevista pouco depois em que acusou os políticos de bloquearem reformas que combateriam a corrupção e gastos desnecessários. Seus apoiadores então se reuniram em frente à Zona Verde e forçaram a entrada no complexo. Parte deles já havia deixado o local ao cair da noite, após pedido de Al-Sadr. Mais cedo no domingo, o premiê Haider al-Abadi ordenou as autoridades a prender e processar os manifestantes que atacaram forças de segurança, parlamentares e que danificaram propriedade pública. Vídeos em sites de mídias sociais mostram um grupo de homens cercando e dando tapas em dois parlamentares iraquianos que tentavam fugir da multidão. Outros manifestantes aparecem em vídeos pulando e dançando sobre as mesas do salão.