O Museu Oscar Niemeyer (MON) encerra neste domingo (8) a mostra Charif Benhelima: Polaroids, 1998 – 2012. O artista é considerado um dos maiores nomes belgas da fotografia contemporânea. Sua obra representa, hoje, uma das mais inovadoras e consequentes pesquisas em Polaroid.

Com curadoria de Daniella Géo e Christophe De Jaeger, a exposição apresenta aproximadamente 130 Polaroids e três obras em grande formato (derivadas das Polaroids), sendo divididas em quatro séries. O projeto foi iniciado pelo Palais des Beaux-Arts (BOZAR), em Bruxelas, e foi também apresentado no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC).

A curadora Daniella Géo explica o processo: A adoção dessa fotografia que se autorrevela e muitos pensavam efêmera demarcou uma nova fase no processo criativo do artista, a partir do estabelecimento de outra relação com o ato de fotografar – bem mais lento e de pouco controle técnico, cuja fotografia resultante é única e irretocável. A obra de Benhelima trata com delicadeza visual e questionamento assertivo questões políticas e sociais, hoje, emergenciais, como a noção de pertencimento/exclusão, o viver junto frente ao multiculturalismo.

Segundo Christophe De Jaeger, Charif Benhelima é, hoje, um dos nomes mais interessantes da arte contemporânea. Sua exposição esteve entre as melhores na Bélgica em 2012 e o confirmou como grande expoente da arte do país. Ele não tem medo de arriscar, seu trabalho nunca é superficial e sabe unir como poucos conceito e estética. Sua obra levanta questões que são fundamentais não apenas na Europa, mas no mundo. Fico entusiasmado em estarmos levando sua obra para o Brasil, afirma o curador.

CHARIF BENHELIMA – Nasceu em Bruxelas em 1967, filho de pai marroquino e mãe belga, ficou órfão aos oito anos. Cresceu no interior da católica Flandres ocidental e aprendeu sobre sua origem judaica sefardita já em idade adulta. Seu processo identitário diante das contradições, dos conflitos e da intolerância despertados pela diversidade cultural é a base de suas pesquisas.

Embora de fundo autobiográfico, a obra de Benhelima ultrapassa as questões pessoais. É, ao contrário, formada e formadora de discursos sociopolíticos de dimensão universal, associados, em particular, à problemática da imigração e da discriminação, assim como da própria imagem – fotográfica e social – como construção. A noção de invisibilidade, visual e/ou simbólica, explorada nas diferentes séries, é fundamental.

SERVIÇO: Encerramento da exposição Charif Benhelima.

Ingresso: R$ 12 e R$ 6 (meia-entrada)

Data: Terça a domingo, das 10h às 18h

www.museuoscarniemeyer.org.br